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Entidades CUTistas debatem fortalecimento do movimento sindical em SP

Entidades CUTistas debatem fortalecimento do movimento sindical em SP


Participantes falaram sobre os desafios que passarão a ser enfrentados pelos trabalhadores com o fim de muitos direitos


Dirigentes de sindicatos e federações do estado de São Paulo se reuniram nesta sexta (6), na sede da CUT-SP, para discutir estratégias e ações com os trabalhadores a partir dos impactos da Reforma Trabalhista.

Realizado pela Secretaria de Organização da CUT-SP, em parceria com a CUT Nacional, a atividade promoveu debates sobre os efeitos que podem ser causados nas relações de trabalho a partir de novembro, quando passa a vigorar a nova lei aprovada pela base do presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB).

Entre as discussões, os participantes construíram uma agenda pelo estado de fortalecimento da campanha pela anulação da Reforma Trabalhista, que pretende colher 1,3 milhão de assinaturas, que serão encaminhadas ao Congresso Nacional, pedindo a criação de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) de revogação da reforma.

Na abertura do seminário, Hélcio Marcelino, secretário de Organização da CUT-SP, disse que a proposta do encontro foi fortalecer as entidades que representam os trabalhadores e que diariamente são criminalizados por setores conservadores do país. “Vamos iniciar ações que colaborem e orientem o funcionamento dos sindicatos nesses tempos sombrios, de forma a enfrentar os ataques que vêm sofrendo, mas também pensar em como a CUT pode crescer ainda mais no próximo período”.

Nas mesas, os convidados falaram sobre os desafios que passarão a ser enfrentados pelos trabalhadores com o fim de muitos direitos, como a redução do intervalo para descanso ou alimentação, e as possibilidades de ampliação da jornada de trabalho e da demissão em massa sem intermediação dos sindicatos.

A reforma também acabará, na prática, com o imposto sindical. Apesar de a CUT ser contrária à medida, os dirigentes falaram sobre a forma como o governo Temer impôs mais uma ação, sem discutir possibilidades que fortaleçam a representação dos trabalhadores, independente da questão financeira.

Para o secretário de Administração e Finanças da CUT-SP, Renato Zulato, o tema precisa ser amplamente debatido com as bases. “A CUT sempre foi contra o imposto sindical, mas temos que ter claro que cada sindicato precisa ter sustentação financeira para ter estrutura, como jornalistas, advogados e assessores, e dar uma estrutura para que o dirigente sindical vá até sua base e participe das atividades de organização da categoria. Então defendemos uma taxa negocial, aprovada em assembleia, e com limites”.

Zulato aponta que a Medida Provisória (MP) pretendida por Temer precisa ser muito debatida, pois pode haver “armadilhas desaforáveis ao movimento sindical”. Nesta semana, o presidente anunciou o envio de uma MP sobre a criação de uma nova contribuição aos sindicatos.

Política nacional

Ainda pela manhã, o deputado federal pelo PT, Valmir Prascidelli falou sobre as disputas políticas que ocorrem em Brasília e do crescimento de grupos da chamada “extrema-direita”, que promovem uma desconstrução de ideias e projetos que visam a promoção dos direitos da população.

Para o deputado, os movimentos sociais e sindical precisam potencializar as atividades nas ruas, sensibilizando a população sobre política, de forma a obter resultados nas eleições de 2018. “É preciso fazer um debate político mais amplo, pois não adianta eleger um presidente que defenda um projeto de país justo, com o povo, mas tivermos 450 deputados que representam os interesses conservadores, não sairemos do mesmo lugar. Então precisa fazer um debate mais aprofundado”.

Tecnologia

Em outro momento do encontro, os participantes discutiram os impactos no mundo do trabalho com a implantação da automação, reorganizando ou eliminando muitos cargos nas indústrias e fábricas.

Assessor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior comentou sobre as transformações ocorridas em alguns setores desde os anos 1990, afirmando que só agora a sociedade passou a se preocupar. “A estruturação produtiva de agora é completamente diferente dos anos 1990. Os trabalhadores que, historicamente, não eram afetados pela tecnologia, agora serão. Enquanto a reforma (tecnológica) mexia com os trabalhadores das fábricas, a sociedade não se preocupava com isso. Mas agora, ela mexe com médico, advogado, contador, pois em tudo passou a ter tecnologia. E aí a classe média passa a ser atingida.”

Escrito por: Rafael Silva – CUT São Paulo
Foto: Roberto Parizotti

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