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Empresas querem achatar salário real: proposta é 5%

Empresas querem achatar salário real: proposta é 5%


campanha rtv 2015

Inflação para o período deve fechar pouco acima de 10%

A proposta patronal neste ano para os jornalistas de rádio e TV de São Paulo é o achatamento do salário real da categoria. Na segunda rodada de negociações, realizada em 3 de dezembro (terça-feira), as empresas apresentaram sua contraproposta à nossa pauta de reivindicações:

 

  1. Renovar a Convenção Coletiva do ano passado
  2. Corrigir as cláusulas econômicas, incluindo os salários, em apenas 5%

A bancada de negociações do Sindicato dos Jornalistas descartou na hora a proposta, reafirmando a pauta de reivindicações, centrada na correção dos salários pela inflação, mais aumento real.

A negociação começou com a nossa bancada insistindo em que a negociação fosse integralmente gravada, em áudio e vídeo, para ser divulgada à categoria, de forma transparente e democrática. Salientamos o compromisso de nossa categoria com o mais amplo direito à informação, e lembramos que as empresas de comunicação dizem comungar deste mesmo princípio. Os representantes dos patrões se negaram a permitir a gravação, afirmando preferir uma situação em que certos comentários e afirmações fiquem restritos ao ambiente de negociação. Para eles, a gravação poderia “engessar” as negociações. Registramos nosso desacordo.

Para apresentar sua contraproposta, os patrões alinhavaram e expuseram dados econômicos sobre a situação do país (redução do PIB, aumento da inflação) e sobre a situação do segmento, e defenderam que as dificuldades econômicas atingem a todos e que todos têm de dar “sua contribuição”. Nossa resposta foi simples: em primeiro lugar, a inflação atinge pesadamente o orçamento de todas as famílias, e, por isso, a correção dos salários pela inflação é um ponto básico para o fechamento de um acordo. Trata-se da mera preservação do poder de compra da categoria, cujo trabalho é fundamental para o prosseguimento dos negócios das empresas do setor. Tudo ficou mais caro em nossa vida no último período, e nosso salário tem de ser defendido. Além disso, é preciso considerar o histórico de negociações: o setor cresceu vertiginosamente nos últimos anos. Só as cinco grandes redes de televisão receberam mais de 10 bilhões de reais em publicidade do governo federal desde 2003, sem falar dos recursos vindos do restante do setor público e do setor privado. Essa expansão e crescimento da rentabilidade não foram compartilhados com nossa categoria. Apesar da reivindicação dos jornalistas e do Sindicato, nosso segmento está há mais de 10 anos sem qualquer aumento real de salário. Ou seja, com a rentabilidade elevada, as empresas não aceitaram repassar para os salários. Num momento em que enfrentam alguma dificuldade, querem que aceitemos o achatamento de salário. Não estamos de acordo.

Mesmo o grau de dificuldade das empresas é discutível. Como elas são privadas, sua situação financeira não é de conhecimento público. Além dos bilhões recebidos nos últimos anos, desde janeiro de 2014 as empresas do setor são beneficiadas por uma significativa desoneração fiscal. Estudos econômicos, por fim, mostram que, mesmo na crise, parte significativa das empresas amplia o lucro, ainda que haja queda de receita (por meio de demissões e outros cortes). Por isso, não temos como saber a real situação dos nossos empregadores. O que temos certeza é de que, na atual situação, é fundamental para cada jornalista ver o poder de compra de seu salário recuperado.

Ao final, descartamos a proposta apresentada, reafirmamos nossa pauta e criticamos a postura patronal de descartar nossas propostas sem ao menos debater qualquer cláusula apresentada, nem as que não apresentam impacto econômico. A bancada sindical propôs então o seguinte encaminhamento: na próxima rodada de negociações, marcada para a terça-feira, 8 de dezembro, apresentaremos os pontos prioritários de nossa pauta para tentar avançar a negociação. Foi esse o encaminhamento adotado.

Agora, a discussão está aberta com a nossa categoria. Nas redações, podem-se discutir propostas para pressionar as empresas, deixando claro nosso descontentamento com a situação. Estamos nos dirigindo aos jornalistas do segmento e, quem quiser falar com o Sindicato, pode entrar em contato via e-mail, facebook ou telefone. Vamos fortalecer a campanha salarial, para atingirmos nossas reivindicações. 

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