Diante de uma situação que se agrava a cada dia, com salários atrasados há mais de dois meses, as e os jornalistas da Editora Três são desrespeitados mais uma vez pela direção da empresa. A revista “Dinheiro”, um dos títulos da editora, republicou reportagens que já foram veiculadas nas últimas edições para ter algum conteúdo a ser impresso.
“Esse tipo de ‘edição criativa’ é um absurdo, um desrespeito absoluto ao leitor e até com anunciantes. Como sabemos bem, o jornalismo deve acompanhar a ética em toda a sua extensão”, avalia Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
Se bem que a ética não seja um forte da empresa nos últimos tempos: sem pagar salários em dia e não cumprir os acordos estabelecidos com o Sindicato, a Editora Três também está com problemas em pagamento de fornecedores. “Os diretores tentam buscar ‘frelas voluntários’ e até jornalistas aposentados, que não dependam exclusivamente da grana dos frelas, para contratação imediata, para furar a greve, que tem tido uma adesão muito grande”, diz um repórter que pede anonimato.
A situação da Editora Três é muito grave e pode, a qualquer momento, ter a falência decretada pela justiça. Em recuperação judicial pela segunda vez recentemente, a empresa não tem honrado com pagamentos de obrigações salariais e tributárias. “A situação dos trabalhadores é desesperadora, existem jornalistas à beira de despejo”, denuncia Tanji. “Muitos trabalhadores da empresa estão sofrendo até mesmo com carência alimentar, o que é algo absolutamente revoltante.”
A greve de jornalista se mantém. Enquanto isso, a direção segue em silêncio para prestar qualquer esclarecimento aos trabalhadores.