A Frente Brasil Sem Medo solicitou o auditório Vladimir Herzog, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, para dar coletiva a imprensa sobre a série de atos que bloquearam vias em nove estados do país, nesta quinta-feira (28). A direção do SJSP entende que a divulgação das ações dos movimentos populares como um serviço de prestação aos profissionais de comunicação e que faz parte da tradição da entidade abrir seu espaço às lutas pela democracia.
Um dos organizadores do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, deu o recado à imprensa “avisamos que se fosse consumado o processo de golpe de forma ilegal e criminosa comanda por um réu como Eduardo Cunha iríamos às ruas para fazer grandes mobilizações, uma convulsão social, que iniciou hoje”.
Na avaliação de Boulos, o que está em curso é um projeto de retaliação de direitos sociais e trabalhistas e, nesse ritmo teremos um movimento de convulsão social popular porque não reconhecemos um governo ilegal como o de Temer, que almeja colocar um processo desastroso em prática. Não esperem que os trabalhadores e os movimentos populares fiquem sentados esperando.
Outro questionamento levantado pelo também integrante do movimento Josué Rocha, foi diferenciação de tratamento aos manifestantes que usam as cores verde e amarela e ocupam por mais de 24 horas um das maiores avenidas da capital e os que usam vermelho e se manifestam na periferia. “Queria entender a lógica do Secretaria de Segurança “de dois pesos e duas medidas”, onde alguns podem ocupar uma das maiores avenidas da cidade (a Paulista) com direito a vista do secretário – enquanto outros – ele manda deter e alega obstrução do direito de ir e vir”, indagou ele.
Uma nova mobilização está agenda para o dia 1º de Maio, onde movimentos sociais e sindicais se manifestarão contra o golpe no Vale do Anhangabaú.
A “Frente Povo Sem Medo” é composta por mais de 30 movimentos sociais que, juntos, estão presentes em 15 estados.
Foto Vitor Ribeiro