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Em ato, Sindicato defende democracia e se manifesta contra o impeachment

Em ato, Sindicato defende democracia e se manifesta contra o impeachment


 

ato 16 nov foto vitor

 

A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) participou na tarde de ontem (16), na avenida Paulista, da manifestação organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos sociais contra o impeachment da presidenta Dilma Roussef, pela saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e contra o ajuste fiscal.

Com uma faixa com os dizeres:  “Sindicato dos Jornalista de São Paulo contra o golpe”, a entidade se uniu às 100  mil pessoas e defendeu o mandato legítimo da presidenta da República, aproveitando inclusive, para entregar um manifesto às pessoas do ato, lembrando da luta histórica do  SJSP contra a ditadura e deixando o claro apoio a Dilma Rousseff.

Nas redes sociais, a hashtag #EsseImpeachmentÉGolpe tomou conta do twitter e do facebook, demonstrando claramente o poder de mobilização da classe trabalhadora e da sociedade que defende a democracia. Não ao golpe. Fora Cunha. Palavras de ordem que ecoaram também nas ruas de várias cidades do Brasil.

A avenida Paulista tomada pela multidão, protestou contra a tentativa de atentado  à democracia brasileira desferido contra a presidenta Dilma Rousseff. Pessoas que têm consciência de que mudanças precisam acontecer sim, mas um impeachment orquestrado não é o caminho. Pelo contrário, é a porta de entrada para que o país mergulhe num período de ataques aos direitos dos trabalhadores, aos direitos do cidadãos.

A CUT, centrais e movimentos sociais se organizaram para defender, em primeiro lugar, esse conceito de democracia. E quando se fala em golpe, o significado é simples: segundo os mais renomados juristas do Brasil, não há base jurídica para que um impeachment transcorra. Contra Dilma Rousseff, não há  nenhuma acusação de crime.

Presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas reforçou a contrariedade ao golpe de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de setores que não aceitaram ainda o resultado popular. “Estamos aqui para pedir o ‘Fora Cunha’, que é uma excrescência, um desqualificado na presidência da Câmara dos Deputados, e para pedir o fim do ajuste fiscal e a mudança da política econômica.O golpista que quer tirar Dilma, é o mesmo que quer rasgar a CLT, acabar com a previdência por tempo de serviço, é o mesmo que não tolera o direito dos negros e das mulheres. Somos contra o impeachment, mas nosso cheque não é em branco, queremos a Dilma que nós elegemos”, disse.

Da mesma forma, o secretário Geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, avaliou que governo Dilma precisa mudar a forma como tem conduzido a economia brasileira. “O ajuste fiscal está levando o país para a recessão e para o desemprego. Não aceitamos medidas como cortes nos programas sociais na moradia e na educação. É preciso que o governo que foi eleito governe”, pontuou

Já o presidente da CTB, Adilson Araújo, lembrou também que aqueles que arquitetam o impeachment são os mesmos que, no passado, se curvaram aos interesses econômicos de países como os Estados Unidos. Os mesmos que entregaram o patrimônio brasileiro ao capital privado. E que hoje, lembra, falam em corrupção.

Para o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, a resistência é a resposta da sociedade organizada e de trabalhadores e de trabalhadoras contra o golpismo. “Permanecemos nas ruas porque existe um setor que não aceita a decisão das urnas. O que está sendo feito pela oposição no Brasil não se trata de um movimento democrático de impeachment, se trata de não reconhecer a vitória de Dilma, sobre a qual nenhum crime pesa. A elite brasileira não aceita as mudanças que ocorreram no Brasil.”

Não há pacto com golpistas

Do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro apontou como caminhos a politização da sociedade e o trabalho de base. “Espero que seja definitivo colocar uma pá de cal neste impeachment. O povo brasileiro tem outra pauta pra discutir, a de reformas estruturais. De não retrocesso dos direitos sociais conquistados.”

Em referência ao grupos que saíram às ruas no último domingo (13), o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, comemorou a quantidade de participantes na marcha. “A gente não precisa botar pato (em referência à campanha da Fiesp – Federação das Indústrias de São Paulo) pra encher a Avenida Paulista. Aqui a gente enche com o povo. É bom lembrar que impeachment é também fruto da hipocrisia do PSDB. Afinal, quem é o senhor Fernando Henrique Cardoso para falar de pedalada fiscal?”,questionou.

Coordenador Estadual da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim, também representou os sem-teto. “O nosso lado é o da classe trabalhadora e não aceitaremos que a Casa Grande venha se impor”, afirmou.

Raimundo lembrou, ainda, da luta dos secundaristas em defesa da escola pública em São Paulo e da solidariedade da luta feita pelo Fórum dos Movimentos Sociais do Estado de São Paulo. “Se no cneário nacional temos Cunha, aqui em São Paulo temos o governador Geraldo Alckmin (PSDB) que deve ainda responder sobre a violência contra estudantes e professores. Inclusive, se ele não recuar de vez faremos novas mobilizações em 2016 contra o fechamento das escolas paulistas”, alertou.

Presidenta da União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral também enfatizou a luta empreendida pelos secundaristas no estado paulista e mandou um recado aos parlamentares que incentivam a saída de Dilma. “Sabemos bem que pra ter impeachment precisa haver crime de responsabilidade. Estamos ao lado da democracia e da legalidade e somos contra de este golpe. Não vamos compactuar com Cunha e sua chantagem. Ele deve sair imediatamente da Câmara dos Deputados.”

Para o representante da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Flávio Jorge, há um golpe institucional sendo aplicado e que representa a perda de direitos para diversos segmentos, especialmente para aqueles que historicamente foram excluídos. “Nós, negros e negras, sabemos o que isso representa para a nossa população. Os mesmos que defendem impeachment são aqueles que querem retirar direitos já conquistados”, lamentou.

Mobilizações não terminam por aqui

Os atos foram organizados em várias cidades. Em Brasília, a concentração começou no fim da tarde e reuniu milhares no estádio Mané Garrincha. Mais cedo, porém, com a Constituição Cidadã nas mãos e o grito de “não vai ter golpe”, deputadas, senadoras e mulheres dos movimentos sindical e sociais reuniram-se no Salão Verde da Câmara dos Deputados para apresentar mais uma frente de resistência ao golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.

As parlamentares do PT, PCdoB, PR e PDT se uniram a lideranças de organizações como a CUT, Marcha Mundial de Mulheres e a Marcha das Mulheres Negras para falar sobre a ausência de provas para um impeachment de Dilma e sobre os retrocessos que tomaram conta do Congresso com Eduardo Cunha  à frente da Câmara.

Algumas entidades, como a Marcha Mundial de Mulheres, não puderam participar da atividade porque, como acontece desde o início da gestão Cunha, foram barradas na porta da Casa. Isso, porém, não impediu de deixar claro que a vida dos golpistas não será nada fácil.

As manifestações dessa quarta-feira superaram em número de participantes as do último domingo e confirmam que o povo brasileiro não quer a quebra da ordem democrática no Brasil.

As mobilizações contra o golpe, em defesa da democracia, prosseguirão até que o processo de impeachment seja definitivamente enterrado.

 

Esta é a íntegra da nota divulgada pela direção do Sindicato: 

 

Não ao golpe! Defesa do mandato popular!

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo se soma à convocação da manifestação deste 16 de dezembro de 2015, contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), cujo mandato é ameaçado desde a vitória eleitoral do ano passado por setores que não aceitam o resultado das urnas, e buscam apenas o pretexto que possa servir a seus objetivos.

Nosso Sindicato tem a defesa da democracia em seu DNA. Em outubro de 1975, organizou o ato ecumênico na praça da Sé em homenagem ao jornalista Vladimir Herzog – assassinado covardemente sob tortura nos porões da ditadura militar, após se entregar de forma espontânea para depor. Desde então, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo esteve sempre nas primeiras fileiras das lutas democráticas em nosso país

Hoje, saímos às ruas em defesa da democracia e do mandato popular, expresso na vontade soberana do povo brasileiro nas eleições de 2014. Ao nos opormos ao impeachment, sabemos bem que os objetivos reais dos golpistas são avançar contra os direitos e conquistas dos trabalhadores e do povo brasileiro,  generalizar as privatizações e abrir o pré-sal ao capital privado, em especial às multinacionais.

Nosso Sindicato representa os jornalistas de São Paulo, que trabalha nos grupos de comunicação, cujos donos se alinham – em sua grande maioria – com o golpismo. Como entidade sindical, batalhamos pela liberdade de expressão dos jornalistas, negada pelas empresas. Os jornalistas trabalham para apurar e difundir informações de interesse da sociedade, sendo, com frequência, vítimas da manipulação feita por seus empregadores.

Somos contra o golpe e reafirmamos a importância do jornalismo na sociedade atual: a importância da informação correta, ética, plural, clara, acessível, despida de interesses comerciais, necessária para o dia-a-dia de uma sociedade que se desenvolve.

 

Não ao golpe! Defesa do mandato popular! Viva a democracia!

 

São Paulo, 16 de dezembro de 2015

 

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

 

Foto: Vitor Ribeiro

Diretores do Sindicato no ato contra o impeachment da presidenta Dilma em São Paulo

Da Redação com informações da CUT

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