No Dia da Mulher, diretoras do Sindicato falam dos problemas no mercado de trabalho e da luta por dignidade
O Dia Internacional da Mulher (8 de março) será marcado pelos movimentos sindicais e sociais por atividades que falam da inserção das mulheres na política e na luta em defesa da democracia e da construção de uma sociedade justa e igualitária, sem violência e livre de preconceitos. Por isso, o Sindicato dos Jornalistas presta sua justa homenagem a estas guerreiras que a cada dia se fazem mais presente em todos os setores do mercado de trabalho e, principlamente, no jornalístico.
Segundo dados da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) de 2013, as mulheres já ocupavam 64% do mercado jornalístico. O reflexo desta inserção política está na atual direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), eleita em 2014, que aumentou a representação feminina em sua composição.
Ao total, são 29 mulheres na direção do SJSP, que além das tarefas profissionais e familiares, ainda dividem seu tempo com a militância política. São elas: Lílian Parise (Secretária de Comunicaçao e Cultura e da CUT/SP) Cândida Vieira (Secretária de Finanças), Clélia Cardim/Telé (Secretária de Relações Sindicais e Sociais), Ana Flávia Marx (Secretária de Sindicalização), Evany Sessa (Secretária de Ação e Formação Sindical), Ana Minadeu (Conselho Diretor), Michele Barros (Conselho Diretor), Priscila Chandretti (Conselho Diretor), Fabiana Caramez (Regional Sorocaba), Fernanda Andrade (Regional Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira), Tânia Brandão (regional Oeste Paulista), Rose Nogueira (Conselho Fiscal), Marlene Bergamo (Corfep), Solange Melendez (suplente Corfep), Márcia Quintanilha (suplente Corfep), Érica Aragão (Diretora de base ABCD),Vilma Amaro (Diretora de base ABCD), Ieda Borges (Diretora de base Bauru), Joanna Brandão (Diretora de base Bauru), Fernanda Freitas, ( Diretora de base Campinas), Adriana Ferezim (Diretora de base Piracicaba), Patrícia Santana ( Diretora de base Piracicaba), Poliana Ribeiro (Diretora de base Piracicaba), Denyse Neves (Diretora de base Santos), Aparecida Muniz (Diretora de base Sorocaba), Riana Martins (Diretora de base Sorocaba), Bruna Vieira (Diretora de base Vale do Paraíba), Vanessa Gomes de Paula (Diretora de base Paraíba), Denise Fon (Comissão de Ética) e Sandra Rehder (in memoriam).
Na avaliação de Ana Flávia Marx, diretora de Sindicalização e jornalista da Câmara Municipal de SP, as mulheres estão conseguindo alcançar cada vez mais espaço nas editorias e atribuições gerais de coordenação. “A nossa jornada é maior, por causa da responsabilidade de cuidar dos filhos, e a equiparação salarial ainda precisa ser conquistada. Afora isso, há a percepção de que o assédio moral é mais frequente com as jornalistas mulheres. Temos muito o quê conquistar, mas estamos em um bom caminho em que temos mais protagonismo dentro e fora da redação”.
Para a diretora Érica Aragão, da regional do ABC e jornalista da Central Única dos Trabalhadores (CUT), mesmo sendo maioria ainda há desrespeito a direitos e oportunidades. “Na política, menos de 10% dos parlamentares são mulheres. No mundo sindical, ainda não ocupam os cargos de poder. ‘Mais de 50% das mulheres morrem vítimas de violência doméstica. Enfrentamos o machismo nas ruas, nas redes, na vida e nos nossos sindicatos. As jornalistas e as mulheres de outras categorias precisam lutar muito por igualdade”.
Já para a diretora da regional de Sorocaba, Riana Kelly Pires Martins, o preconceito também gera assédio moral/sexual, principalmente na assessoria de imprensa. Para ela, muitos assessorados confundem o verdadeiro papel da mulher jornalista e cometem barbaridades.
“É por esse exemplo e outros que nós mulheres, estamos cada vez mais engajadas e envolvidas em questões sociais e sindicais, em busca sempre de mais respeito e valorização dessa profissional que coloca amor, dedicação e uma pitada de sensibilidade feminina em tudo que faz, seja no campo pessoal ou profissional”, diz Riana.
Denyse Pirez, da regional de Santos, jornalista e radialista, disse que a mulher em conquistado mais espaço nas editorias onde os homens eram maioria.
“Hoje já vemos repórteres do sexo feminino nas coberturas esportivas, no dia a dia dos clubes de futebol, dividindo espaço com sexo masculino, que sempre teve preferência pela área. Mas ainda temos muito a conquistar. Em muitos casos, os salários ainda são menores e os cargos de chefia ainda são ocupados por homens. É por isso que estamos sempre atentas a essas desigualdades e lutando para que possamos comemorar o dia da mulher com dignidade!”, analisa Denyse.
Nossa homenagem e respeito à todas as mulheres, em especial, às nossas guerreiras jornalistas!
Foto André Freire