Jornalistas que trabalham na Editora poder e no site Glamurama estão há quase dois meses de braços cruzados por conta dos sucessivos atrasos no pagamento dos salários e demais benefícios, como Vale Refeição e Vale Transporte, além da ausência de recolhimento do FGTS.
No início de ano, as e os trabalhadores aprovaram o início de uma greve por conta dos mesmos problemas e aprovaram que retomariam a paralisação no caso de novos atrasos.
No segundo semestre, após breve normalização dos pagamentos, a ausência de pagamentos voltou a ocorrer. É necessário destacar que a empresa também precariza os profissionais, já que a maior parte da redação é “pejotizada”, o que configura uma fraude trabalhista.
O Sindicato dos Jornalistas enviou diferentes mensagens à coordenação da empresa, e os trabalhadores também cobraram uma posição formal em relação aos pagamentos. Até o momento, entretanto, os jornalistas receberam apenas respostas evasivas e promessas de solução dos problemas que se repetem, mas não são cumpridas.
Segundo diversos relatos, o site do Glamurama é mantido no momento por pessoas que não são jornalistas, já que a redação segue paralisada enquanto não houver o cumprimento das obrigações da empresa em pagar os salários.
Jornalistas que pediram o desligamento da empresa também sofrem com a falta de pagamentos das verbas devidas, com recorrentes promessas de que os valores seriam quitados.
Causa estranhamento o fato de que esses problemas financeiros ocorram em uma empresa que, segundo os trabalhadores, faz parte de um grupo bem-sucedido de mineração, Buritipar S/A, controlado pelo empresário João José Oliveira Araújo, considerado o maior explorador de manganês do Brasil. Atualmente, o administrador da Editora Poder é Pedro Henrique Mautone Barros de Oliveira.
O Sindicato dos Jornalistas se mantém à disposição das e dos trabalhadores e segue organizando a luta por salários, direitos e dignidade. Estamos juntas e juntos!
Atualização:
Nesta terça-feira, 12 de dezembro, representantes da empresa entraram em contato com o Sindicato, afirmando que a Ed. Poder contatou os trabalhadores para tratativas no sentido da regularização dos pagamentos, negando a existência de fraude trabalhista na contratação de PJs. A empresa afirma também que não é verdade que pertença ao grupo Buritipar S/A e que o empresário João José Oliveira Araújo não tem relação com a Ed. Poder. Porém, conforme apuração realizada junto ao site da Receita Federal, o Sr. João José Oliveira Araújo consta como representante legal da empresa B Comunicações S/A, que por sua vez é a sócia da Editora Poder.
Em relação ao texto que afirmava inicialmente que o Sr. Pedro Henrique Mautone Barros de Oliveira era um dos sócios da empresa, a informação foi corrigida, uma vez que legalmente ele é administrador da Ed. Poder, de acordo com apuração no site da Receita Federal.
Mantemos esse espaço aberto para que a empresa informe a regularização dos pagamentos acima citados. Entretanto, até o momento, não há confirmação pelos trabalhadores da quitação dos salários de jornalistas CLT, nem os pagamentos atrasados dos PJs, os quais confirmaram ao Sindicato que prestam serviços com os requisitos da relação de emprego.
