Empresa ainda quer retirar 12 pontos do Acordo Coletivo
A audiência de conciliação pré-processual ocorrida nesta quarta-feira (30), no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, entre os sindicatos e a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), ocorreu em um clima difícil. A direção da empresa está propondo a retirada de 12 pontos dos 75 existentes no Acordo Coletivo e a tenta “esterilizar” outros 16 pontos ao subordinar os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras às normas internas da empresa. A EBC ainda busca impor um arrocho aos profissionais, ao estabelecer um reajuste de 5% nos salários e nas cláusulas econômicas.
Os dirigentes sindicais defenderam a renovação do Acordo Coletivo sem a retirada de direitos, a correção dos salários e das cláusulas econômicas pela inflação do período, de 7,87% (IPCA), e a negociação de três outros pontos: a fixação de um prazo para a implantação do Programa de Participação Complementar nos Resultados (PCR), adoção das cláusulas de horas extras e de direito de consciência. A audiência foi presidida pelo vice-presidente do TST, ministro Emmanoel Pereira.
Na reunião, Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo (SJSP), defendeu o Acordo Coletivo e os sindicatos como os verdadeiros representantes da categoria, e não como intervenientes como quer a EBC, que afirma que só negocia com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicações e Publicidade (Contcop) na mesa. “O Acordo Coletivo é um instrumento construído ao longo dos anos e não pode ser alterado desta forma”, afirmou.
Com o impasse entre as partes, o ministro anunciou que vai preparar uma proposta de Acordo Coletivo e submeter à EBC e aos trabalhadores até, no máximo, a próxima quarta-feira, 7 de dezembro. Uma assembleia de trabalhadores está marcada para esta sexta-feira (2), às 13h, para análise da reunião e as perspectivas da campanha em curso.
Escrito por: Redação – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo