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DOSSIÊ GENOCÍDIO EM GAZA – Edição 31 de janeiro de 2024

Os crimes de Israel na Palestina ocupada
Redação - SJSP

O extermínio de palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, promovido pelas Forças Armadas de Israel (IDF), prossegue neste início de 2024 apesar de fortes protestos mundo afora, e já supera a pavorosa cifra de 25 mil mortes (em pouco mais de 3 meses) e número ainda maior de feridos e mutilados.

Também prossegue a matança de jornalistas, que Israel alveja deliberadamente para que sejam silenciados(as), assim como faz com médicos, equipes de resgate e funcionários da ONU e do Crescente Vermelho (a Cruz Vermelha em países de maioria muçulmana). Nos primeiros dias do novo ano foram assassinados sete jornalistas, e o número de profissionais mortos por Israel desde outubro já ultrapassa uma centena. Três estão desaparecidos, e nada menos que 25 foram presos pelas IDF.

A África do Sul levou Israel ao banco de réus da Corte de Haia, para que seja julgado pelo genocídio que vem cometendo e cujas vítimas mais numerosas são mulheres e crianças. A Corte não decretou cessar-fogo imediato, mas ordenou que Israel “tome medidas para prevenir” atos de genocídio em Gaza. Além disso, Israel deve garantir o acesso à ajuda humanitária em Gaza; deve evitar e punir quaisquer comentários públicos de incitamento ao genocídio; deve impedir destruição de provas que possam ser utilizadas em caso de genocídio; e deve apresentar um relatório ao tribunal no prazo de um mês, a contar de 26 de janeiro.

Na verdade, Israel só consegue praticar, impunemente, tamanhas atrocidades e crises de lesa-humanidade porque recebe respaldo diplomático e financeiro dos EUA (que lhe repassam bilhões de dólares anualmente) e da União Europeia, além de contar com a simpatia da maior parte da mídia desses países.

A mídia empresarial brasileira também apoia incondicionalmente Israel. A cobertura do genocídio é claramente enviesada em favor da narrativa do governo israelense e contra os palestinos, a começar do nome dado ao conflito: “Guerra Israel-Hamas”.

Marchas realizadas no mundo todo que pedem cessar-fogo, fim do genocídio e Palestina livre são omitidas nas páginas de jornais e no noticiário das emissoras. Notícias desfavoráveis ao Estado de Israel são suprimidas ou publicadas sem o devido destaque.

As evidências de que muitos dos cidadãos israelenses mortos no dia 7 de outubro, durante o ataque do Hamas, na verdade foram alvejados por forças de Israel, publicadas nos próprios jornais de Israel, por semanas a fio não foram sequer mencionadas nos principais jornais e telejornais brasileiros.

Como jornalistas, diante de fato tão estarrecedor e chocante como o sinistro genocídio que Israel conduz em Gaza diante dos olhos de toda a Humanidade, não podemos aceitar tamanha deturpação do jornalismo. Decidimos, assim, criar esta pequena seção onde publicaremos, com a ênfase que se fizer necessária, todas as informações que julgarmos úteis ao entendimento do que realmente acontece e vier a acontecer na Palestina.

Chega de genocídio!

Cessar-fogo imediato!

Diretoria do SJSP




Edição de 31 de janeiro

A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) está ameaçando processar judicialmente o primeiro-ministro de Israel caso os repórteres que trabalham em Gaza continuem sendo alvo dos militares israelenses. Mais de 100 jornalistas palestinos(as) foram assassinados por Israel desde outubro último. Numa carta aberta ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e ao ministro da Defesa, Yoav Gallant, a FIJ lembra que a Corte de Haia ordenou a Israel que “tomasse todas as medidas ao seu alcance para deixar de matar palestinos em violação da Convenção do Genocídio” e que “o direito internacional exige que os Estados façam tudo o que estiver ao seu alcance para proteger os civis e que os jornalistas devem ser tratados como civis”. Leia aqui a carta.

Organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apresenta nova queixa ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra de Israel contra jornalistas em Gaza. Confira aqui.

Famílias rejeitam alegações de Israel de que jornalistas assassinados em Gaza são “terroristas”. Leia a matéria da BBC.

“Número de jornalistas mortos em Gaza não tem precedentes na história do Comitê de Proteção a Jornalistas”, diz entidade sediada em Nova York.

Você já leu o editorial “Stop the mass killing in Gaza” (publicado em 24/12/23), do jornal israelense Haaretz? Confira aqui!

Será que o editorial acima citado levou o governo de Benjamin Netanyahu a tentar calar o Haaretz? Veja o que o próprio jornal relata a respeito.

Já ouviu falar da “Diretriz Hannibal”? Há evidências de que mortes de israelenses atribuídas ao Hamas na verdade resultaram da ação militar de Israel. Quem diz isso é o principal jornal de Israel, Yedioth Ahronoth. Confira matéria do jornal O Tempo a respeito.

“Israel destruiu Arquivos Centrais de Gaza”, matéria disponível aqui.

Como a história e a cultura de Gaza estão sendo apagadas. Confira aqui.

Imagens de satélite revelam que 16 cemitérios de Gaza foram profanados pelas forças israelenses. Matéria da CNN norte-americana.

IDF destruíram cemitério alegando existência de túnel do Hamas. Mas a CNN investigou a geolocalização e as entradas do túnel ficavam fora do cemitério.


Edição de 7 de fevereiro

O que os vídeos dos soldados israelenses revelam: torcendo pela destruição e zombando dos habitantes de Gaza”. Impressionante reportagem do jornal New York Times desta terça-feira (6/2) reúne diversas gravações em vídeo produzidas pelos próprios militares do Exército de Israel (IDF), nas quais eles comemoram a devastação provocada por bombardeios e por outras ações bélicas. Confira aqui.

“Exército israelense investiga dezenas de suspeitas de violações do direito internacional cometidas por seus soldados em Gaza”. Matéria de 6/2 do jornal israelense Haaretz, que você pode ler aqui.

No mesmo dia 6/2 em que três crianças morreram de fome no norte de Gaza, centenas de israelenses atacaram caminhões de ajuda humanitária na passagem fronteiriça de Karm Abu Salem, para impedir a entrada de alimentos em Gaza. Confira as cenas.

Sobe a 124 o número de jornalistas e demais trabalhadores(as) de mídia assassinados por Israel desde outubro. No dia 7/2, o jornalista Zakaria Fathi Abu Ghali perdeu a vida num ataque realizado ao sul de Gaza, no qual também faleceram sua mãe e sua irmã. Horas antes, na cidade de Khan Yunis, um bombardeio israelense matou o jornalista Rizq al-Gharabli, diretor do Centro Palestino de Informação, e duas familiares. O Sindicato dos Jornalistas da Palestina revelou que Israel cometeu 135 agressões a jornalistas em janeiro de 2024, incluindo 14 assassinatos. Matéria disponível aqui.

“Uma intervenção essencial em nome dos jornalistas palestinos em apuros”: Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CJP) acaba de doar 300 mil dólares para um fundo de emergência para ajudar jornalistas que trabalham em Gaza.

“Jornalistas palestinos estão sendo presos por Israel em número recorde”. Matéria publicada pelo CJP em 18/1 e cujos números estão parcialmente superados, mas vale pelo registro. Leia aqui.

Nos EUA, manifestantes pró Palestina protestam diante da residência do secretário de Estado Antony Blinken, a quem acusam de ser criminoso de guerra e ter as mãos sujas de sangue (“Bloody Blinken”) e de ser o “Secretário de Genocídio”

Artigo da experiente jornalista portuguesa Alexandra Lucas Coelho ajuda a refletir sobre a cobertura deficiente e enviesada da maior parte da mídia, atrelada aos interesses de Israel: “Nada vimos em Gaza

Por que não choramos pelas jornalistas assassinadas em Gaza?” Artigo da jornalista brasileira Natália Viana, da Agência Pública, aponta as circunstâncias da morte de seis jornalistas palestinas: Shima el-Gazzar, Ola Atallah, Dua al-Cebbur, Nermin Qawwas, Hanan Ayyad e Haneen Ali al-Qutshan.



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