Salários, benefícios, férias e FGTS continuam atrasados e direção do jornal não sinaliza quitação dos débitos
Os jornalistas do Diário de S.Paulo estão em greve desde o último dia 10 (terça-feira) protestando contra a falta de pagamentos e a mobilização segue com assembleia nesta segunda-feira (16), às 15h, em frente à sede do jornal, na zona oeste paulistana.
A continuidade da greve, que tem adesão de mais de 90% da redação, foi aprovada por ampla maioria, em assembleia na tarde da última sexta-feira (13), pois, em reunião realizada na quarta-feira (11), com uma comissão de trabalhadores e dirigentes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, a direção da empresa se limitou a admitir o problema, mas não apresentou nenhuma proposta de negociação nem a sinalização de uma data para quitar os débitos.
Para boa parte dos profissionais, os atrasos chegam a quase dois meses porque o último pagamento foi em 20 de agosto para os jornalistas contratados diretamente (celetistas) e para os que trabalham como Pessoa Jurídica (PJ).
Outra parcela da redação recebeu o salário de agosto no início do mês passado, mas o referente a setembro, que deveria ter sido pago no começo de outubro, continua atrasado. Além dos salários, os atrasos atingem o pagamento de benefícios, as férias e o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Os problemas financeiros no Diário de S.Paulo têm se arrastados nos últimos anos e se aprofundaram desde 2016 com os frequentes atrasos de pagamentos, o que já levou à mobilização dos jornalistas anteriormente porque, além de não receber em dia, os trabalhadores e trabalhadoras têm enfrentado a precarização na redação.
No último mês de janeiro, os profissionais trabalharam com telefone cortado, ar condicionado quebrado, enfrentaram até falta de água e as dívidas com distribuidores fizeram o jornal deixar de circular, levando ao cancelamento de mais de 2 mil assinaturas.
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Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
