A direção do Diário de Marília se mostra insensível em relação ao cumprimento da legislação trabalhista. No último dia 9 de dezembro, a empresa aceitou acordo para regularizar os constantes atrasos de salários e outras obrigações financeiras com os jornalistas. Depois, em 14 de dezembro, o preposto da empresa “jogou fora” o acordo, em completo desrespeito aos trabalhadores, demonstrando que sua intenção, ao aceitar o acordo, era somente ganhar tempo.
Sem ter com quem negociar, na sexta-feira (16), o diretor de base do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Ricardo Santana, e os jornalistas promoveram uma paralisação e discutiram alternativas. A mobilização foi em praça pública, em frente ao prédio da Prefeitura de Marília. O “proprietário fantasma” do Diário de Marília ficou incomodado com a movimentação e pagou a primeira parcela do 13º salário. Há promessa de que nesta quinta-feira (22) seriam pagos os salários, para variar com atraso.
Virou chacota a postura de quem comanda a empresa que aguarda a presença do Sindicato para só então cumprir com parte de suas obrigações trabalhistas com os funcionários. “Quem comanda o Diário tenta ganhar tempo e desacreditar o legítimo movimento reivindicatório dos trabalhadores”, comenta Santana.
Estado de greve
O Diário de Marília tem um histórico de atraso de salários e desrespeito a outros direitos trabalhistas. O estado de greve, deflagrado em 23 de novembro, permanece e fez com que a direção do Diário de Marília pagasse salários atrasados de outubro e o adiantamento do vale somente no dia 28 de novembro.
Caça ao fantasma de Marília
A redação do jornal permanece mobilizada diante do momento de indefinição administrativa, com um preposto sem nenhuma autonomia e um proprietário “fantasma” e que manda recado por meio de empregados quando o Sindicato intervém.
O jornal integra a Central Marília Notícias (CMN), que possuiria cerca de 170 trabalhadores, incluindo os das rádios Dirceu AM e Diário FM e do jornal Diário de Marília. As duas rádios foram lacradas por decisão da Justiça Federal, em 10 de agosto, durante a Operação Miragem da Polícia Federal.
Na semana passada, a empresa fez a rescisão com os trabalhadores das rádios, em condições desfavoráveis para os empregados, que, a que tudo indica, terão que acionar judicialmente a empresa, sabendo do risco de nada receber.
Redação e foto: Redação – Regional Bauru do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo