Ação do Sindicato é em defesa da liberdade de imprensa e não de empresa
O 3 de maio marca o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa e, em 2017, com o Brasil novamente imerso num golpe de Estado, a data não é somente simbólica, mas concretamente relevante para os e as jornalistas de nosso país.
Nas ruas, para garantir o direito à informação, os jornalistas têm enfrentado a escalada de agressões protagonizada principalmente pela Polícia Militar do Estado de São Paulo que, com sua truculência e repressão às manifestações populares, faz dos profissionais de comunicação alvos dessa violência para que os desmandos da corporação não sejam reportados à sociedade.
Nas redações, o que se enfrenta cotidianamente é a contradição entre o papel do jornalista, de apurar e informar, e a linha editorial imposta pelos grupos de comunicação, pelos donos da mídia, que têm como compromisso a defesa de seus próprios interesses e não com a sociedade a quem deveriam informar corretamente.
Por isso, nesta data, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) ressalta que sua ação é – e sempre será – em defesa da liberdade de imprensa e não de empresa, como infelizmente, temos visto hoje no Brasil.
Nossa ação também é pela defesa intransigente do direito de consciência que, nas redações, os empresários recusam aos e às jornalistas, atualmente para impor a agenda de retrocessos dos golpistas, mas que é fundamental principalmente para garantir o exercício do bom jornalismo e assegurar a prática da ética que a profissão exige.
Lamentavelmente, o direito de consciência é negado aos e às jornalistas de várias redações, seja com a imposição da censura, do assédio moral e intimidações, da prática antissindical, sendo que o exemplo mais recente do autoritarismo patronal aconteceu no jornal Cruzeiro do Sul, de Sorocaba, onde, no dia da Greve Geral de 28 de abril, os profissionais foram assediados, intimidados e censurados para desqualificar a paralisação. Como reação, os jornalistas se recusaram a assinar matérias e o jornal circulou sem expediente, fato que teve ampla repercussão, solidariedade de classe e apoio da população.
Assim, neste Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, que a data seja marcada como mais um dia da luta cotidiana e corajosa dos e das jornalistas pela garantia desse direito e da ética profissional, indispensáveis para a construção da cidadania, da justiça social e da democracia.
Calar o jornalista é silenciar a sociedade. Imprensa livre é país democrático!
São Paulo, 3 de maio de 2017
Direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo – SJSP