A empresa também tem restrições para demitir até o final de outubro. Acordo envolve sindicatos dos Jornalistas e dos Administrativos
A obtenção de um salário a mais e a extensão de seis meses do plano de saúde foi o principal resultado do acordo realizado entre o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e o Sindicato dos Empregados na Administração das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas de São Paulo com a editora Abril, após dois meses e meio de conflito, aberto com a demissão de mais de 110 trabalhadores em 2 de junho. O acordo ocorreu na audiência realizada na terça-feira (18) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), presidida pelo vice-presidente judicial do órgão, desembargador Wilson Fernandes, e é válido até o final de outubro.
Além disso, empresa também não poderá efetuar novas demissões de jornalistas no mês de agosto. Em setembro e outubro, terá limitações para demitir: não poderá realizar demissões em massa até 31 de outubro. No máximo, pode demitir 14 jornalistas a cada mês (2,3% dos jornalistas da empresa). Pelos termos acertados, por sugestão do Ministério Público, durante seis meses, a partir de 31/10/2015, os empregados desligados terão prioridade de contratação, caso a empresa volte a admitir profissionais.
O secretário jurídico do Sindicato, Vitor Ribeiro, ressalta o cenário de redução do emprego em vários setores da economia brasileira e defende a importância, nesse momento, de ações como essa, na busca de barrar as demissões em massa. Para o coordenador do Departamento Jurídico do SJSP, dr. Raphael Maia, o acordo é fruto da mobilização dos trabalhadores em conjunto com os Sindicatos, que conseguiram conter novas demissões em massa, e garantiu benefícios extras aos demitidos. “Pela primeira vez”, diz o advogado, “a empresa aceitou estabelecer um mecanismo para manter o nível de empregabilidade por um determinado período”.
O presidente do Sindicato, Paulo Zocchi, chama a atenção para a indignação dos jornalistas da empresa, que veem as condições de trabalho piorarem em ambiente de incertezas permanentes. “Nessa luta, realizamos assembleias no Sindicato, na praça ao lado da empresa, e debatemos com os colegas, sempre na linha de defesa dos empregos. A mobilização vai continuar.”