As demissões estão se tornando corriqueiras nas empresas jornalísticas neste ano. Depois do Estadão, agora a Folha ameaça a redação com mais um “passaralho”. Há informações de que 50 trabalhadores sejam cortados e algumas dispensas já ocorreram esta semana, sobretudo, no jornal Agora São Paulo, que pertence ao Grupo Folha. Diretores do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) entraram em contato na tarde desta sexta-feira (10) com representantes do jornal para apurar informações de que a empresa prepara demissões em massa. A empresa reconhece a dispensa dos jornalistas, mas nega que haja um projeto de demissão em massa.
O presidente do SJSP, José Augusto Camargo (Guto) protestou contra as dispensas e disse temer que a atual onda de demissões não passe de uma estratégia das empresas para preparar terreno para quando, por ventura, entrar em vigor a PL 4330, que permite a terceirização de atividade-fim. As empresas de comunicação já praticam uma espécie de terceirização com o recurso da Pjotização e, com a nova lei, as portas ficam abertas para mais precarização. “Caso as demissões em massa aconteçam de fato, é importante que os trabalhadores procurem o Sindicato, para que se possam definir estratégias de luta, como as que estão ocorrendo neste momento no Estadão”.
O Sindicato se posiciona contra as demissões e o enxugamento das redações, como várias empresas buscam fazer, de olho apenas na ampliação de sua rentabilidade, sacrificando a qualidade do trabalho jornalístico. A Folha de S. Paulo, no início de 2015, fechou a sucursal de Ribeirão Preto e em novembro do ano passado, 13 trabalhadores foram demitidos.