Enviada por Amyra El Khalili
Chamada de Jerusalém
Congelar as relações diplomáticas árabes e islâmicas com Israel é um dever nacional, religioso e moral
Em nome de Deus, o mais gracioso, o mais misericordioso
A Faixa de Gaza tem sido sujeita a uma guerra de extermínio desde 7 de Outubro passado, tendo como alvo civis palestinos e as suas casas, incluindo infraestruturas como escolas, hospitais, redes rodoviárias e terras agrícolas. Isso resultou na migração forçada de mais de um milhão e meio de palestinos para um grande campo na cidade de Rafah, na fronteira com a República Árabe do Egito.
O martírio de cerca de 33 mil palestinos, o desaparecimento de vários milhares de outros e o ferimento de mais de 75 mil pessoas com várias lesões levaram a comunidade internacional a exigir que Israel e os Estados Unidos não invadissem Rafah para evitar grandes perdas civis.
Portanto, as instituições e figuras nacionais de Jerusalém tomam a iniciativa de apelar à opinião pública internacional para pressionar a autoridade ocupante a evitar uma catástrofe em Rafah, num momento em que o exército de ocupação israelense continua o seu ataque sangrento a todas as áreas da Faixa de Gaza destruída e da Cisjordânia, incluindo Jerusalém ocupada.
Ao dirigir este apelo à Liga dos Estados Árabes e à Organização da Conferência Islâmica por ocasião do aniversário do Dia da Terra Imortal, Jerusalém apela à tomada de decisões categóricas em relação aos países árabes e islâmicos que estabelecem relações diplomáticas com Israel e exorta-os a congelarem as suas relações com Israel numa primeira fase, a fim de evitar a invasão de Rafah, pois, qualquer país que mantiver relações diplomáticas com esta entidade, que nas atuais circunstâncias ameaça a existência palestina e toda a segurança nacional árabe, estará manchando sua honra e dignidade. Acabar com as relações é um dever nacional, religioso e moral.
Figuras e instituições nacionais em Jerusalém também dirigem este apelo às Nações Unidas e a todos os países do mundo para reconsiderarem suas relações diplomáticas com a autoridade ocupante e o regime israelense de apartheid na Palestina ocupada, e para exercerem sua influência em fóruns internacionais para impedir a invasão de Rafah e estabelecer um cessar-fogo permanente em toda a Faixa de Gaza para evitar uma expulsão em massa planejada para cidadãos palestinos da Faixa de Gaza.
As instituições e figuras nacionais de Jerusalém acreditam que o congelamento das relações diplomáticas com a autoridade de ocupação israelense influenciaria os decisores em Israel e nos Estados Unidos da América a reverem sua agenda colonial na Palestina ocupada, e a reposicionarem-se nas fileiras nacionais e internacionais para aumentar a firmeza do povo palestino e apoiá-lo em sua resistência à agressão e no retorno dos civis aos seus locais de residência em preparação para sua reconstrução.
Instituições e figuras religiosas, políticas e civis de Jerusalém estão hoje ao lado da defesa do povo palestino na Faixa de Gaza e no restante das cidades palestinas na Cisjordânia, cujos cidadãos ficam desabrigados depois de terem sido expulsos sob uma chuva de balas, mísseis e bombardeios aéreos com cinturões de fogo em uma área insegura na cidade de Rafah, após o exército de ocupação os perseguir por vários meses.
Ao emitirmos este apelo, coincidindo com o aniversário do glorioso Dia da Terra, pedimos ao povo palestino que promova a coesão e cure as divisões na frente interna para derrotar o inimigo e frustrar seus planos de liquidar a causa palestina. Apelamos também à nação árabe para que se mobilize e tome uma posição ativa contra Israel, isolando-o diplomaticamente por meio do cerco de suas embaixadas em todo o mundo e da suspensão de suas relações com os países do mundo.
Viva o Dia da Terra. Glória aos mártires e cura aos feridos
Uma declaração emitida em 30 de março de 2024 pelas instituições e figuras nacionais de Jerusalém
Tradução – Alexandre Rocha