Secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, ordenou à Polícia Militar que retirasse os secundaristas que ocupavam o Centro Paula Souza
A CUT-SP repudia veementemente a forma como o governo do Estado de São Paulo trata os estudantes que ocupam o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, no centro da capital, onde os secundaristas estão ocupados desde a última quinta-feira (28) contra o corte de recursos na educação pública e pela abertura de uma CPI que investigue o desvio de merenda escolar no estado. Não é com Tropa de Choque que se resolve a reivindicação legítima dos estudantes, mas com diálogo e transparência.
Logo pela manhã, a Polícia Militar invadiu o local e tentou, por meio da intimidação e do uso da força, fazer com que os secundaristas desocupassem o prédio. Essa é mais uma demonstração de despreparo e falta de respeito do governo estadual. Geraldo Alckmin, do PSDB, partido que governa o estado de São Paulo há mais de 20 anos, trata como caso de polícia reivindicações de adolescentes que questionam o sucateamento da educação pública estadual.
Desvio de verbas da merenda escolar, desvalorização dos professores, a insubordinação do governo frente à decisão da Justiça de suspender o fechamento de escolas e salas de aula, são alguns dos motivos que levam não apenas estudantes, mas professores e trabalhadores da rede estadual, a reivindicar e cobrar por uma educação de qualidade no estado.
É por isso que o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), a CUT-SP e a Frente Brasil Popular-SP cobraram a realização de uma audiência pública para debater o futuro da educação no estado e exigir a abertura de uma CPI para apurar as graves denúncias envolvendo parlamentares e assessores do alto escalão do governo Alckmin no desvio de verbas públicas da merenda escolar. A audiência está marcada para o dia 17 de maio.
A CUT-SP se solidariza com os secundaristas do Centro Paula Souza. É lamentável que o uso da força seja uma prática institucionalizada pelo governo de Geraldo Alckmin para lidar com reivindicações legítimas da sociedade civil.
São Paulo, 2 de maio de 2016
CUT São Paulo