A empresa Folha Metropolitana, responsável pelo jornal Metrô News, apresentou ao conjunto de credores, entre os quais ex-trabalhadores, uma proposta de alterações no plano de recuperação judicial aprovado em 2012. As mudanças serão decididas em assembleia de credores, cuja primeira convocação foi nesta terça (29/01), em Guarulhos, mas que não se instalou por falta de quórum. A segunda convocação é no próximo dia 5 de fevereiro (terça-feira), e se reunirá com qualquer quórum.
As mudanças propostas, no que mais interessa aos trabalhadores, dizem respeito à alienação de ativos. O plano original previa arrecadar com a venda de imóveis para pagar o conjunto das dívidas. Isso não se concretizou.
Agora, a empresa propõe, entre outros pontos, que seja aprovada a venda de imóveis numa quadra entre a Av. Guarulhos e a Av. Pres. Castelo Branco por R$ 20 milhões. Desse valor, haveria um sinal de R$ 5 milhões, dividido em 10 parcelas, destinados exclusivamente ao pagamento da dívida trabalhista (que hoje está próxima do valor de R$ 5 milhões).
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) representa parte dos credores e esteve presente na assembleia deste 29 de janeiro. Debatendo com os jornalistas presentes, o SJSP apresentou a preocupação sobre quais são as condições que vão determinar o início do prazo para pagamento das parcelas, em caso de aprovação do novo plano. A entidade sindical vai procurar esclarecer com a direção da empresa e fazer constar na próxima assembleia.
Também foi debatida a necessidade de buscar uma ação comum e de acordo entre os credores trabalhistas, para garantir os interesses dos ex-funcionários no plano de recuperação.
Jornalistas que trabalharam na Folha Metropolitana e constam na lista de credores podem procurar o Sindicato para representá-los na assembleia por procuração (no telefone 11 3217-6299 ramal 2, ou no email juridico@sjsp.org.br). O voto na assembleia vai ser debatido com os profissionais presentes, procurando sempre as melhores condições para que os trabalhadores recebam toda a sua dívida o quanto antes.
Entenda a situação dos trabalhadores
Desde que a empresa entrou em processo de recuperação judicial, em dezembro de 2011, não pagou mais nada aos jornalistas e outros trabalhadores demitidos, que ainda têm a receber pelo menos parte de suas verbas rescisórias, além de direitos que variam caso a caso. São cerca de 150 ex-funcionários com valores devidos desde então.
Pelo processo de recuperação judicial, a Folha Metropolitana pôde “congelar” as dívidas que tinha (ou seja, cessam as execuções das dívidas durante a recuperação judicial). Em seguida, a empresa apresentou um plano para a sua recuperação, que foi submetido a uma assembleia em 2012 e à homologação judicial, o qual estabelecia as condições para pagamento das dívidas.
No caso, tudo estava condicionado à venda de bens que não se concretizou. O processo também envolve as empresas Indústria Metalúrgica Paschoal Thomeu Ltda. e Artes Gráficas Guaru Ltda.