Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Logo da Federação Internacional de Jornalistas
Logo da Central Única dos Trabalhadores
Logo da Federação Nacional de Jornalistas

Correios: Empresa alega prejuízo e transfere “crise” aos trabalhadores

Correios: Empresa alega prejuízo e transfere "crise" aos trabalhadores


ECT altera plano de saúde e terá Plano de Demissão Incentivada

Os trabalhadores e trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) começam o ano sob o anúncio de um Plano de Demissão Incentivada (PDI) para empregados a partir dos 55 anos e aos que têm mais de 15 anos de tempo de serviço.

O balanço oficial da ECT ainda não foi divulgado, mas o presidente da empresa, Guilherme Campos, fala em prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões em 2016 para justificar o PDI. Com o plano, a proposta é de que a adesão de 8 mil trabalhadores resulte em “economia” de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão anuais, segundo o executivo. Em entrevista à Reuters, Campos também afirmou que, para fechar as contas “no azul”, os Correios planejam vender ativos, entre os quais diversos imóveis como os edifícios-sede em São Paulo e no Rio de Janeiro.

 

Para a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), o plano de demissão é uma clara medida de “choque de gestão” que ignora tanto a perda de empregos quanto a faixa etária atingida, transferindo a conta da crise para o bolso dos trabalhadores ecetistas de todo o país.

Além de não ter divulgado oficialmente o balanço do ano passado, a ECT também não apresentou as contas de 2015 e, por isso, os trabalhadores cobram uma auditoria, denuncia a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect). De acordo com os sindicalistas, a empresa tem dinheiro em caixa e registrou lucro nos anos anteriores, sendo impossível chegar ao prejuízo bilionário no último período.

Em nota da própria ECT, divulgada em maio de 2015 no Blog dos Correios a empresa destaca expansão de mais de 30% na receita total nos cinco anos anteriores, com crescimento nominal de R$ 4,4 bilhões de 2010 a 2014 e ampliação de 8,6% na base de clientes.

Para a direção, altos salários; para os trabalhadores, nem copos de água

A Fentect também rechaça a tese de que a folha de pagamento pesa sobre as finanças da ECT, pois os trabalhadores só têm saído dos Correios e o último concurso público ocorreu em 2011.  Segundo a federação, apesar da afirmar que está “no vermelho”, a direção da ECT mantém funções gratificadas de elevados níveis salariais e a primeira medida de Campos ao assumir a presidência, em junho de 2016, foi reestabelecer os salários da cúpula da empresa e o próprio salário aumentou de R$ 33 mil para R$ 46 mil.

Enquanto isso, no cotidiano, a “solução” adotada pela ECT para os problemas financeiros, segundo a Fentect, se expressa na falta de copos descartáveis, na ausência de manutenção das bicicletas e motocicletas dos ecetistas e no desligamento do ar condicionado às 17h – novamente, os trabalhadores pagando a conta do “choque de gestão”.

Outro problema que os ecetistas enfrentam é quanto ao plano de saúde, que teve a forma de custeio alterada pela ECT neste dia 5 de janeiro, apesar de nos últimos anos a empresa ter negado que ocorreria qualquer mudança, como mostra esse Esclarecimento sobre o plano CorreiosSaúde.

A partir de agora, os ecetistas terão que arcar com 50% das despesas do plano de saúde, além de uma mensalidade por dependente e de uma coparticipação de 10% a 30%  das despesas para cada procedimento. Anteriormente, todos tinham  acesso ao plano com o mesmo tipo de cobertura, independente do cargo, e, em vez de mensalidade, pagavam uma coparticipação de 10% a 20% de acordo com o salário e somente quando o convênio médico era utilizado.

Para a Fentect, a mudança acaba com o princípio de isonomia e a mobilização da categoria será intensificada para que a proposta seja rejeitada.

Escrito por: Redação – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

veja também

relacionadas

mais lidas

Pular para o conteúdo