Começaram nesta quarta-feira, 31 de outubro, as negociações sobre o destino dos 50 jornalistas do Jornal da Tarde, que circulou pela última vez nesta mesma data. Por acordo realizado na Justiça entre o Grupo Estado e o Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo, representando os jornalistas em estado de greve, na última segunda-feira (29/10), os trabalhadores têm estabilidade no emprego até o final de novembro, e uma nova audiência está marcada para 4 de dezembro (Clique aqui e leia matéria do TRT). A empresa não pode demitir, e o prazo visa abrir espaço para a negociação entre as partes.
Na abertura da reunião, a empresa apresentou uma proposta em relação aos 47 jornalistas contratados: absorção imediata de 17 – sendo 7 do Jornal do Carro, que continuará saindo no Estadão, e 10 da editoria de Esportes, sendo que seis já estavam, na prática, no Estadão – e, dos 30 restantes, a demissão de 20.
O Sindicato dos Jornalistas apresentou suas propostas:
– nenhuma demissão, com o remanejamento de todos os trabalhadores para outras funções jornalísticas do Grupo Estado, como a redação do Estadão, o portal e a Agência Estado;
– estabilidade de um ano para os três membros da Comissão de Negociação;
– inclusão dos três PJs que trabalhavam na redação do JT no âmbito das discussões. Na verdade, pelas leis trabalhistas, os três deveriam ter tido há muito tempo seu emprego registrado em carteira, sendo o “pejotismo” uma fraude nas relações de trabalho.
A primeira demanda é o próprio objeto da negociação. Com relação às outras duas, os representantes da empresa ficaram de apresentar uma resposta na próxima rodada de negociação, sendo que, em relação aos PJs, já antecipam oralmente que estendem a eles as condições que serão acordadas a todos.
Debateu-se em seguida o que os 30 jornalistas farão nas próximas semanas. A empresa explicou que o acesso à redação, às mesas e aos instrumentos de trabalho de todos está aberto, mas sugeriu que houvesse uma negociação sobre a colocação dos trabalhadores em férias, em licença remunerada ou alguma outra proposta.
A bancada dos jornalistas, então, levantou a proposta de que todos os 30 continuassem comparecendo normalmente ao trabalho e se integrassem ao trabalho do portal noticioso da empresa, sendo que, segundo as necessidades, houvesse no período de trabalho um treinamento para quem precisasse para exercer as funções no portal. Assim, seria reforçada a produção de conteúdo noticioso para o portal e ninguém ficaria ocioso no período de negociação. Os representantes da empresa, diante da situação, solicitaram um recesso, conversaram, mas, na volta, pediram tempo até a próxima rodada para uma resposta, sendo que a proposta será também colocada em discussão na assembleia dos jornalistas.
Ao final da reunião, ficou então acertado o seguinte calendário:
– de 1º/11 a 4/11 – os 30 jornalistas do Jornal da Tarde estão de folga;
– 5/11 – 14h – os jornalistas realizam assembleia na empresa, com a Comissão e o Sindicato, para fechar suas propostas;
– 5/11 – 15h30 – nova rodada de negociação;
– 5/11 – 18h – nova assembleia para debater o resultado da negociação.
Uma assembleia reuniu-se, logo em seguida, dentro da empresa, para apreciar o andamento das discussões. Contou com todos os jornalistas do JT. Todos ouviram atentamente o relatório da reunião e ficaram de comparecer na próxima assembleia, na segunda-feira, para deliberar sobre as questões colocadas. O estado de espírito era de unidade, firmeza e confiança que, diante da difícil situação, estamos no caminho certo.