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Com salários atrasados há 4 meses, jornalistas da Editora Três marcam assembleia para definir paralisação e rumos do movimento

Com salários atrasados há 4 meses, jornalistas da Editora Três marcam assembleia para definir paralisação e rumos do movimento

Com salários atrasados há 4 meses e cansados com promessas vazias, jornalistas da Editora Três, que publica as revistas IstoÉ, Dinheiro, Dinheiro Rural, Menu, Motor Show e Planeta, marcaram assembleia para a tarde desta quarta-feira (06) para definir os rumos do movimento e a realização de uma possível paralisação. “A situação é absurda, insustentável e desoladora”, afirma Alan Rodrigues, diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e funcionário da empresa. “Os trabalhadores já não têm dinheiro sequer para ir à editora trabalhar. Muitos comparecem à empresa para frequentar o refeitório, pois estão sem dinheiro para co mer em casa. Estamos com medo de a empresa decretar falência a qualquer momento e sofrermos um calote completo dos salários atrasados”, diz Rodrigues.

A crise é tão grave que a empresa sequer cumpre acordos e determinações judiciais. Dezenas de pagamentos de ações trabalhistas não estão sendo cumpridos, multiplicam-se os pedidos de execuções de dívidas e a editora sequer responde às demandas. “É o exemplo lamentável de uma empresa que vem precarizando ao extremo as relações de trabalho há muitos anos, colocando seus funcionários em situação calamitosa”, atesta Paulo Zocchi, presidente do SJSP. “O Sindicato sempre lutou contra isso, e, agora, exigimos o pagamento imediato dos salários. Caso contrário, os jornalistas devem parar as suas atividades.” A situação dos trabalhadores é dramática. “Os jornalistas que moram de aluguel convivem diariamente com a possibilidade de despejo. Há quem viva escondido por causa do risco de ser preso por não pagamento de pensão, e muitos sofrem com sérias limitações alimentares”, relata Rodrigues sobre o clima das redações. Uma ação judicial recente, proposta pelo Ministério Público do Trabalho, à qual o Sindicato pediu ingresso, obriga a empresa a acertar o pagamento dos salários e a depositar o FGTS dos funcionários, sob pena de pagamento de multa de R$ 10 mil reais acrescido de R$ 1.000 por trabalhador prejudicado para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A empresa recorreu.

Em recente reunião com editores, o presidente da empresa, Carlos Alzugaray, disse que até dezembro deve anunciar a chegada de um novo investidor. Com o final do ano próximo, o que se vê no dia a dia da empresa é um total abandono. Hoje somente estão sendo impressas as revistas Istoé e Dinheiro, e essas publicações não têm sido distribuídas para os assinantes em muitas cidades, segundo apurou o Sindicato. “Temos que dar um basta nesta situação desesperadora”, declara Paulo Zocchi.
 

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