Hoje, às 17 horas, na sede do Sindicato dos Jornalistas. Após haverá ato público em defesa da democracia e dos direitos sociais
Ao longo de 2015, 109 jornalistas tombaram mortos no exercício da profissão em todo o mundo. No Brasil, foram duas mortes e 135 casos de violência, incluindo agressão física em pleno exercício profissional até cerceamento de liberdade por via judicial. O País também registrou o assassinato de outros nove profissionais de comunicação – cinco radialistas, dois blogueiros e dois comunicadores populares.
Esse é o resultado do Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, com os números oficiais de 2015, apontando ainda que, em 40% dos casos de violência contra jornalistas, os agressores eram agentes do Estado, principalmente policiais militares, federais ou legislativos.
O mais recente atentado contra o exercício profissional aconteceu na semana passada, com a condução coercitiva do jornalista Breno Altman à Polícia Federal, para prestar depoimento no âmbito da 27ª fase da Operação Lava Jato. A condução coercitiva é prevista legalmente quando um depoente se nega a se apresentar à Justiça. Diretor editorial do site “Opera Mundi”, Altman não havia recebido qualquer convocação para depor quando sua família foi surpreendida na última sexta-feira, 1º de abril, às 6h, com agentes da Polícia Federal (PF) batendo à porta de sua casa na capital paulista. O jornalista estava em Brasília, a trabalho.
Tamanha arbitrariedade toma um aspecto alarmante ao se saber que a PF apreendeu um computador de mesa, vários discos rígidos e cadernetas com anotações profissionais – sem qualquer fundamento legal, sem mandado de busca e apreensão e sem que o despacho do juiz Sergio Moro tenha explicitamente autorizado essa operação de apreensão. Assim, a Operação Lava Jato violou a garantia constitucional do sigilo de fonte, essencial para a atividade jornalística. Ao desprezar a Constituição Federal Brasileira, a Polícia Federal pratica mais um atentado, agora contra o exercício do jornalismo e contra os jornalistas profissionais brasileiros, o que deve servir de alerta para toda a categoria e não pode ser transformado em rotina.
Mas, diante de tanta arbitrariedade e muitos desmandos, a imprensa tradicional brasileira cala ou censura a pauta da violência contra os jornalistas, negando-lhes inclusive o direito de consciência. É por isso que a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) vem pedir a ajuda da imprensa internacional para denunciar a grave situação que impacta a categoria, submetida também a situações de assédio moral e alto nível de estresse dentro das redações. Contamos com a solidariedade de classe internacional. Afinal, violência contra jornalistas também é um atentado contra a jovem democracia brasileira!
SERVIÇO
O que: Coletiva de Imprensa Internacional
Quando: 7 de abril de 2016, às 17h
Onde: Auditório Vladimir Herzog da sede do SJSP
Rua Rego Freitas, 530, Sobreloja, Vila Buarque, São Paulo, SP
Telefone: (11) 3217-6298 e (11) 3217-6299