A luta contra a ditadura envolveu diretamente várias gerações de brasileiros: veteranos anteriores ao golpe e juventude dos anos 1960, 70 e 80. Todas as formas de ação contra o arbítrio foram experimentadas, das panfletagens às greves operárias, das assembleias estudantis à luta armada. Uma das ações mais significativas emblemáticas dessa luta foi o sequestro do embaixador dos EUA no Brasil Charles Elbrick, que resultou na libertação de militantes revolucionários presos ilegal e arbitrariamente pelos militares.
O documentário Hércules 56, do cineasta Sílvio Da-Rin, reúne depoimentos e reflexões de personagens diretamente envolvidos nesse episódio.
A partir desse documentário, a luta pela restauração da democracia, a tortura, os desparecidos políticos, a Anistia, bem como a atual situação política no Brasil, em que a instabilidade tem aberto espaço a grupos fascistas e neonazistas, que pleiteiam abertamente a volta da ditadura militar, com o fim das liberdades duramente conquistadas nos últimos anos.
A truculência das PMs no Brasil, particularmente em São Paulo, é resquício de um tempo sombrio que ainda não foi inteiramente estudado e compreendido pelas novas gerações, que ao entrarem na arena das disputas reivindicatórias sem o conhecimento da história recente, correm o risco de serem alvo fácil do autoritarismo que ainda permeia nossas instituições.
Ricardo Zaratini
Por causa disso, um dos convidados para debater conosco é o militante revolucionário Ricardo Zarattini, um dos prisioneiros trocados pelo embaixador. Sua geração, em plena juventude, foi colhida por uma das ditaduras mais atrozes do continente. As perspectivas fechadas pela violência, os sonhos interditados pela perseguição e a clandestinidade como única forma de sobreviver serão objeto de reflexão, para a qual estão todos convidados.
HÉRCULES 56
Dia 28 de janeiro de 2016, às 19h30
Rua Rego Freitas, 530 – Sobreloja/ República
Entrada Franca
