Cinco jovens do jornalismo profissional e um veterano repórter consagrado recebem no dia 6 de junho (terça), às 19 horas, o Troféu Audálio Dantas – Indignação, Coragem, Esperança no Auditório Prestes Maia / Plenarinho da Câmara Municipal de São Paulo.
Esta 4ª Edição do prêmio homenageia Bruno Paes Manso, Gregório Duvivier, Juliana Dal Piva, Leonardo Sakamoto, Rene Silva e Valmir Salaro.
O evento ainda celebrará o Dia do Jornalista (7 de abril) e o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa (7 de junho). O troféu é uma escultura de Roger Matua a partir de um desenho de Laerte.
O prêmio tem curadoria da Família Kunc Dantas, OBORÉ e conta com o apoio de diversas entidades, incluindo o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
A primeira e única edição do prêmio jornalístico Indignação, Coragem, Esperança, criado por iniciativa da Agência Sindical, Barão de Itararé e OBORÉ, foi entregue ao próprio Audálio em 8 de julho de 2017, dia do seu aniversário de 88 anos.
Depois de seu falecimento, o Troféu foi rebatizado, ganhou novas adesões de entidades de jornalistas, defesa da democracia e se tornou um prêmio unitário com o propósito de lembrar a importância do Audálio em momentos cruciais da história recente do Brasil e iluminar a trajetória de jornalistas que lutam pela democracia e contra as injustiças.
Conhecido como o repórter que revelou Carolina Maria de Jesus e seu Quarto de Despejo: diário de uma favelada, Audálio esteve à frente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e organizou junto a defensores da democracia o ato ecumênico por Vlado, ocorrido na Catedral da Sé em 1975. Em 9 de Junho de 2008, o jornalista recebeu da Câmara Municipal de São Paulo, através do vereador Eliseu Gabriel (PSB), o título de Cidadão Paulistano.
A primeira homenageada com o Troféu Audálio Dantas – Indignação, Coragem, Esperança foi Patrícia Campos Mello, de forma virtual, em 2020, no meio dos piores momentos da pandemia. Mara Régia Di Perna, Luis Nassif e Jamil Chade, em 2021. Julian Assange, Eliane Brum e os jornalistas do Consórcio de Veículos de Imprensa / cobertura da pandemia em 2022.
Serviço
Quando: 6 de junho, terça-feira
Horário: 19 horas
Local: Auditório Prestes Maia – Plenarinho da Câmara Municipal de São Paulo, 1º andar
Contato para imprensa: Camilo Mota (37) 99911-4262 / Canal da Praça (pmvladimirherzog@gmail.com)
Conheça os homenageados da 4ª edição:C
Rene Silva – Nascido no Morro do Adeus (28 anos), que pertence ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, é o Fundador, com apenas 11 anos de idade, do jornal Voz das Comunidades, veículo que hoje conta com 35 profissionais e noticia os fatos e histórias não contados pela grande mídia sobre a vida na periferia. É referência no Brasil e no exterior. A atuação de destaque nas comunidades locais fez de Rene Silva uma personalidade de projeção internacional. Rene foi palestrante em Harvard (2013), recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia, foi apontado como uma das cem pessoas negras mais influentes do mundo na lista da Forbes Under 30 (que faz o ranking dos influenciadores com menos de 30 anos), e hoje trabalha como captador de recursos para ONGs do setor para incentivar projetos jornalísticos nas escolas. Em 2012, tornou-se uma das personalidades brasileiras escolhidas para carregar a pira olímpica, nos jogos do Rio de Janeiro.
Juliana Dal Piva – Jornalista vítima de assédio de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente da República e a autora do livro O Negócio do Jair: A história proibida do clã Bolsonaro. O trabalho investiga as origens do patrimônio e as histórias ocultas da família do ex-presidente. Juliana também apresentou o podcast A Vida Secreta de Jair, do UOL Investiga, série de reportagens sobre os temas do livro, com sua apuração. Nasceu em Santa Catarina (37 anos) e é jornalista com mestrado pelo CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil), da Escola de Ciências Sociais da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas – São Paulo). Foi repórter do Portal Terra, da revista Istoé e dos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e O Dia. Foi vencedora de prêmios como Líbero Badaró e Embratel, além de ter recebido menção honrosa do Prêmio Vladimir Herzog, por suas reportagens acerca de temas dos direitos humanos.
Valmir Salaro – Repórter paulistano (69 anos) marcado pela cobertura da Escola Base, de 1994, um dos maiores erros jornalísticos e de investigação policial. No documentário “Escola Base: um repórter enfrenta o passado” da Globoplay, de iniciativa própria, Salaro refaz o caminho da apuração, reconhece o erro jornalístico e busca se perdoar. O jornalista iniciou a carreira como laboratorista no jornal “Shopping News”, foi estagiário na “Gazeta Esportiva” e passou pelo “Diário do Grande ABC”, onde começou a cobertura de temas de segurança pública, que marcaria sua carreira daí em diante. Foi para a Agência Folha e para o jornal Folha de S. Paulo, onde publicou reportagem com a qual venceu pela primeira vez o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Desde 1992, trabalha na Rede Globo, onde é repórter especial do Fantástico, responsável por matérias investigativas sobre crimes de grande repercussão.
Gregório Duvivier – Nasceu no Rio de Janeiro (37 anos) e é apresentador do programa humorístico Greg News (HBO), produzido pelo coletivo Porta dos Fundos, do qual foi um dos fundadores em 2012 e que traduz temas considerados polêmicos sem censura. O semanal Greg News discute pautas de interesse público e em defesa da liberdade e da democracia através do humor e do rigor jornalístico. Duvivier é ator, escritor, poeta, comediante, roteirista, ativista, empresário e Youtuber. Iniciou a carreira artística na escola de teatro Tablado. Graduou-se em Letras pela PUC do Rio. Ainda aos 17 anos, passou a fazer parte, ao lado de colegas como Marcelo Adnet, Fernando Caruso e Rafael Queiroga. É autor dos livros “A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora”, “Ligue os pontos – Poemas de amor e Big Bang” e “Put Some Farofa”. Como ator ou roteirista, teve participação em dezenas de programas de televisão, séries e longa metragens de grande sucesso.
Bruno Paes Manso – Como escritor, notabilizou-se pelo livro-reportagem “A guerra: a ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil”, que explora a fisionomia do crime no Brasil através de relatos de integrantes do grupo, feito em coautoria com Camila Nunes Dias. Em “A república das milícias: Dos esquadrões da morte à era Bolsonaro”, Paes Manso evidencia a proximidade do bolsonarismo ao sistema de milícias cariocas, que ocorre através do discurso de ódio e a fragilização do controle às armas e das instituições. É formado em economia, além de ser jornalista, mestre e doutor em ciência política. Atualmente, é um dos pesquisadores do NEV (Núcleo de Estudos da Violência) da USP. Como repórter, especializou-se na cobertura jornalística de temas ligados à segurança pública, no jornal O Estado de S. Paulo.
Leonardo Sakamoto – Natural de São Paulo (46 anos), fundou a ONG Repórter Brasil para investigar violações dos direitos humanos em 2001. As reportagens da organização levaram grandes empresas e governos a mudarem suas políticas a fim de combater a escravidão contemporânea. Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política pela USP e foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York. É professor de Jornalismo na PUC-SP. Na ONU, foi conselheiro do fundo global contra a escravidão (2014-2020), em Genebra. Como repórter, cobriu conflitos em Timor Leste, Angola e Paquistão. Ganhador do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, do Prêmio Gabo de Jornalismo e do Freedom Awards, entre outros, escreveu livros como “Escravidão Contemporânea” (2020) e “O que aprendi sendo xingado na internet” (2016).