O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) lamenta a morte, ocorrida nesta sexta-feira (21), do jornalista Celso Antunes Horta, que completaria 75 anos no próximo dia 8 de maio. De acordo com informações da família, Horta estava internado há uma semana, para se tratar de uma pneumonia, quando teve complicações cardíacas e não resistiu.
Nascido em Guaratinguetá, interior de São Paulo, em 1948, Celso mudou-se para a capital em 1968, para cursar Direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC). Iniciou nesse mesmo ano a sua atuação no movimento estudantil, tendo participado da chamada “guerra da Maria Antônia”, em que estudantes enfrentaram forças anticomunistas sustentadas pela ditadura.
Passou a militar na Ação Libertadora Nacional (ALN), organização que tinha como dirigente Carlos Marighella. Em razão de sua atividade política, foi preso em 1969, tendo sido barbaramente torturado. Passou oito anos na prisão, sendo libertado em 1977. No ano seguinte, começou a fazer o curso de jornalismo na Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP), na qual se formou em 1982.
Após viver em Cuba e trabalhar no jornal Granma, retornou ao país, indo para a redação da Folha de S.Paulo. Foi assessor de Comunicação no Partido dos Trabalhadores, na Central Única dos Trabalhadores, a CUT, e no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
É autor da obra 'O braço “direito” do Grande ABC', estudo de caso sobre o Diário do Grande ABC, e foi criador e diretor do extinto jornal ABCDMaior.
Também é um dos autores do livro 'A Repressão Militar-policial no Brasil – O livro chamado João', escrito clandestinamente por presos políticos entre 1972 e 1975, na Casa de Detenção de São Paulo, impresso em Paris à época e lançado no Brasil, em 2016.
Aos 74 anos, deixa esposa, duas filhas e uma enteada e muitos companheiros e companheiras de luta pela democracia no Brasil.
Companheiro Celso Horta, presente!