Em audiência presidida pela juíza Patrícia Suárez Pae Kin, a diretora do Sindicato dos Jornalistas, Fernanda de Freitas, aceitou o pedido de retratação feito por Mário Martins de Lima (Mário Bigode) e encerrou o processo por crime de injúria e difamação movido contra o agressor.
A agressão aconteceu na Unicamp durante a campanha salarial de 2010. Mário era do comando de greve e Fernanda era e é trabalhadora do STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp). Mário a abordou no local de trabalho com palavras chulas e ofensivas, numa tentativa de humilhação e intimidação, colocando em dúvida sua honestidade e conduta profissional.
Assim que soube do ocorrido, o Sindicato dos Jornalistas enviou ofício ao STU denunciando a agressão e exigindo providências. A denúncia foi encaminhada a várias entidades de trabalhadores e para os movimentos de luta pelos direitos das mulheres. Material específico foi produzido e distribuído aos trabalhadores e trabalhadoras da Unicamp e vários diretores compareceram à assembleia que discutiu a questão para denunciar o assédio e apoiar a diretora. Mesmo assim, Mário Bigode manteve sua postura, repetindo as agressões.
O Sindicato, então, entrou com um processo de queixa-crime por calúnia e difamação para exigir não só a retratação pelo erro cometido, mas também a punição pelo crime. Na audiência de conciliação, a juíza propôs a retratação e a diretora aceitou. A retratação significa que Mário Bigode retira o que disse, admitindo que a afirmação era falsa e não deveria ter sido dita.
O diretor regional, Agildo Nogueira Junior, considera o resultado uma vitória política. “O Mário teve uma postura patronal com um claro viés machista e racista, porém não conseguimos elementos para comprovação judicial. O importante é que ele reconheceu o erro e esperamos que não o repita novamente”.