A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) participou nesta terça-feira (11) de rodada de negociações com o sindicato patronal de Jornais e Revistas da Capital dentro da Campanha Salarial de 2013.
Como era de se esperar, a choradeira dos patrões foi total. Para sensibilizar os dirigentes, eles apresentaram gráficos com número de demissões que eles mesmos realizaram em vários veículos, inclusive em outros estados da federação, como uma maneira de causar comoção aos trabalhadores.
Também apresentaram números negativos de queda na circulação dos jornais e revistas, no faturamento publicitário, para compor um quadro de crise que, evidentemente, os trabalhadores não possuem a menor responsabilidade.
O presidente do SJSP, José Augusto Camargo (Guto), que participou das negociações, insistiu que as empresas já se prepararam para este quadro e que elas realizaram nos últimos meses as reestruturações – que na realidade podem ser chamadas de demissões. Já teriam, portanto, se adequado a esta nova realidade, às custas dos empregos da categoria.
Nos últimos 10 anos, os jornalistas sempre obtiveram índices acima da inflação. “Este ano não será diferente. Os trabalhadores não aceitarão nada que esteja abaixo do INPC”, disse Guto aos negociadores. Afinal, os jornalistas não acreditam na choradeira montada na mesa de negociação pelos patrões e vão lutar por índices compatíveis com os anseios da categoria.
Interior, Litoral e Assessoria de Imprensa
Tanto os patrões do Interior e Litoral como os de Assessoria de Imprensa não definiram ainda um calendário para as negociações. Na Capital, elas devem ocorrer todas as terças-feiras. Já foi garantida a data base da categoria, que é 1º de junho.
Os jornalistas reivindicam, nas cláusulas econômicas, reposição do índice de inflação do período (INPC), calculada próximo a 7%, mais 3% de aumento real. A categoria vai lutar ainda pelo Piso Estadual Unificado, manutenção do nível de emprego, pagamento de horas extras, fim do acúmulo de funções, combate às demissões, à pejotização, à precarização e ao assédio moral nas redações.
Com o slogan A gente quer muito mais… Em defesa do jornalista e do jornalismo!, a Campanha Salarial deste ano prioriza o combate às demissões, reivindicando que as empresas cumpram a Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho.
Este ano, a direção do SJSP antecipou a entrega das pautas aos patrões para que eles pudessem analisar com antecedência as reivindicações e dar respostas em um prazo menor. Mesmo assim, os patrões do Interior e Litoral e Assessoria de Imprensa parecem desconhecer o período de Campanha. Por isso, o SJSP entrou com um instrumento chamado Protesto Judicial para que os empresários participem das negociações.
Engajamento
É importante que todos os jornalistas se engajem na Campanha Salarial já que enfrentaremos muita resistência por parte dos empresários, que tradicionalmente alegam dificuldades financeiras para propor índices incompatíveis com os anseios da categoria. Foi o que se viu na mesa de negociações.
A participação de todos é fundamental, já que somente com a união e mobilização da categoria é que vamos pressionar para garantir direitos e avançar para novas conquistas. Em Defesa do Jornalista e do Jornalismo!