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Campanha Salarial: Jornalistas de Rádio e TV votam contraproposta

Campanha Salarial: Jornalistas de Rádio e TV votam contraproposta


Há dois anos sem reajuste, profissionais continuam lutando pela reposição da inflação



Os jornalistas de rádio e TV estão discutindo e votando uma contraproposta aos empresários para a Campanha Salarial 2016-2017, em assembleias promovidas nas redações desde o último 13 de janeiro pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP).

 

Após a última assembleia, na sede da entidade, às 19h30 da quinta-feira (19), o SJSP encaminha aos patrões, nesta sexta (20), a contraproposta mais votada pela categoria para discussão com os empresários na próxima rodada de negociações, que ocorre em 26 de janeiro. A expectativa dos jornalistas é por avanços rumo ao fechamento de um acordo que valorize e respeite os profissionais, há dois anos sem reajuste de salários e benefícios devido à intransigência patronal.

Os trabalhadores lutam pela reposição da inflação, acumulada em 19,17% desde 1° de dezembro de 2015, sobre os salários e benefícios, e, diante do aumento da produtividade, também reivindicam 2% de aumento real. Porém, após três rodadas, os empresários insistem num reajuste de 12,89%; em vez dos retroativos, um pagamento compensatório equivalente a 78% do salário (6% sobre doze salários e mais o 13º), a ser quitado em até três meses depois do acordo; simples renovação da Convenção Coletiva anterior, sem alterações nas cláusulas sociais.

Do percentual oferecido pelos patrões, 6,5% são referentes à campanha atual e 6% à Campanha Salarial 2015-2016, ainda em aberto porque a intransigência patronal foi o mote das negociações no período e o dissídio segue no Tribunal Regional do Trabalho, que concedeu reajuste de 10,94% em audiência em outubro de 2016.

Propostas em votação

Resultado dos debates e da construção coletiva junto à categoria nas assembleias, as seguintes propostas estão em votação, sendo a primeira a defendida pelo Sindicato:

Proposta 1
a) reajuste salarial de 15% em 1/12/2016 e mais 3,62% em 1/6/2017, totalizando os 19,17% de reposição da inflação;
b) retroativo: aceitação de uma fórmula de “pagamento compensatório” desde que seja equivalente ao retroativo, incidindo sobre salários, férias, 13º e verbas rescisórias dos demitidos. Em vez dos 10,94% retroativos a 1/12/2015, a proposta é de um índice de 8,94%. Resumindo, seria um reajuste retroativo de 8,94% nos salários de dezembro de 2015 a novembro de 2016, o que equivale a 119,20% de um salário em vez dos 78% que as empresas propõem.

Proposta 2: reajuste de 14,91% em 1/12/2016 (7% relativos ao período 2015-2016 e 7,39% da inflação deste ano) e  aceitação dos 78% de pagamento compensatório.

Proposta 3: reajuste de 15,85% em 1/12/2016 e um retroativo equivalente a 89% do salário, fórmula para chegar na metade da diferença entre a inflação e a proposta patronal.

Proposta 4: reposição da inflação de 19,17% e mais 1% de aumento real, totalizando reajuste de 20,36%.

Proposta 5: aceitação da proposta patronal de reajuste de 12,89% mais o retroativo de 10,94% referente ao período 2015-2016.

Em todas as propostas, há acordo dos jornalistas quanto à:
a) Participação nos Lucros e Resultados (PLR): pagamento de valor dobrado que contemple os dois últimos anos e com reposição da inflação;
b) O retroativo tem que incidir para todos, incluindo as verbas rescisórias de quem foi demitido;
c) Negociação de sete cláusulas sociais prioritárias, entre as quais estão controle de jornada e sistema de compensação de horas; vale refeição para 26 dias do mês e garantido a jornalistas afastados ou em férias; obrigação do fornecimento de equipamentos de segurança;  adicional de 30% para os profissionais que trabalham em motolink.

Além da sede do Sindicato, as assembleias foram realizadas nas redações de emissoras de rádio e TV da capital, interior e litoral do estado.

Redação e foto: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

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