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CAMPANHA SALARIAL: Empresas de rádio e TV mantêm proposta de 5%

CAMPANHA SALARIAL: Empresas de rádio e TV mantêm proposta de 5%


 

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Comissão de negociação reafirma reposição da inflação de 10,97%

O impasse marcou a sexta rodada de negociação da Campanha Salarial de Rádio e TV, ocorrida nesta terça-feira (19). Os patrões se mantiveram intransigentes, e reafirmaram a proposta de reajuste de apenas 5% contra uma inflação de 10,97% nos nossos salários (INPC fechado em 30/11). Para mascarar a situação, mudaram suas propostas de números em três cláusulas do acordo. Na prática, não se avançou nada nas negociações, pois a proposta traz apenas uma maquiagem, como mostra a tabela.

NOVA PROPOSTA: DIFERENÇA DE CENTAVOS

 

Auxílio-creche 

Proposta patronal inicial

Reajuste de 5% sobre o atual valor, de R$ 312,00 ao mês, passando para R$ 327,20 = valor anual da correção: R$ 187,20

Proposta patronal em 19/1/2016

Reajuste de 9,94% sobre o valor de R$ 312,00, mas só em 1º/6/2016, passando para R$ 343,20 = valor anual da correção: R$ 187,20 

 

 

 

 

 

Vale-refeição 

 

Proposta patronal inicial

Reajuste de 5% sobre o valor vigente

Capital – os atuais R$ 15,00 passam a R$ 15,75 = valor anual da correção = R$ 198,00

Interior – os atuais R$ 14,00 passam a R$ 14,75 = valor anual da correção = R$ 184,80 

Proposta patronal em 19/1/2016

Reajuste de 7,14% sobre o valor vigente a partir da data de assinatura do acordo. Vamos supor a hipótese de fechamento do acordo em 1º/3/2016.

Capital – os atuais R$ 15,00 passam a R$ 16,07 = valor anual da correção = R$ 221,86

Interior – os atuais R$ 14,00 passam a R$ 15,00 = valor anual da correção = R$ 198,00

 

 

Vale-refeição durante viagem 

Proposta patronal inicial

Reajuste de 5% sobre o valor de R$ 23,00 passando para R$ 24,15

Proposta patronal em 19/1/16

Reajuste de 8,7% sobre o valor de R$ 23,00, passando para R$ 25,00, e só a partir da assinatura do acordo! Uma diferença de R$ 0,85 a mais, mas não é retroativa!!

 

Depois de cinco rodadas de total intransigência das empresas, a proposta causou indignação na bancada dos jornalistas. Empresas que faturam milhões querem fingir uma negociação, falando de centavos com nossa categoria!

É de conhecimento público que o setor de Rádio e TV, mesmo em situação de crise, é formado por empresas sólidas, que se mantêm lucrativas e que cresceram enormemente nos últimos anos. Só as cinco grandes redes de TV do país receberam mais de 10 bilhões de reais em publicidade do governo federal desde 2003. Desde janeiro de 2014, o setor é beneficiado pela desoneração fiscal, que equivale a milhões de reais em recursos. Além disso, as empresas têm cortado custos com pessoal, por meio de demissões e de substituição de profissionais experientes por colegas em início de carreira. Tudo para manter seus patamares de rentabilidade. Em resumo, são empresas que têm plenas condições de atender às reivindicações da categoria, mas decidiram se aproveitar da situação para tentar reduzir o salário real de todos os jornalistas.

A data-base dos jornalistas de rádio e TV é 1º/12/2015, e desde então estamos negociando – ou melhor, tentando negociar. Além da inflação, reivindicamos aumento real, considerando que, com o enxugamento das redações, aumentou a pressão do trabalho e a produtividade dos jornalistas. Demandamos também cláusulas de melhoria das condições de trabalho (como as mudanças na questão de escala), de saúde do trabalhador (moto-link, prevenção para equipamentos que emitem radiação) e de proteção ao emprego (exigência de negociação sindical antes de demissões coletivas). A postura das empresas na mesa foi a da recusa a qualquer negociação séria.

Buscamos por todos os meios uma negociação: abrimos a discussão sobre o reajuste real, selecionamos 12 itens da pauta para focar a negociação, e por fim, sempre em diálogo com os jornalistas, focamos a negociação na garantir mínima de reposição da inflação nos salários e nas cláusulas econômicas. É o mínimo de respeito exigido ao jornalista quando a inflação está em 10,97%, e o justo anseio de qualquer trabalhador é ver o seu poder de compra restabelecido.

Diante do impasse, a bancada dos jornalistas propôs registrar em ata o mútuo acordo para instaurar um dissídio coletivo. Caso os patrões mantenham sua intransigência, os jornalistas podem decidir entrar com um dissídio na Justiça do Trabalho. Também se negaram, propondo mais quatro rodadas de negociação. Nossa bancada manteve o pleito, e exigiu verdadeiras negociações nas próximas rodadas.

Nas últimas semanas, ficou patente a insatisfação dos jornalistas, que não abrem mão do aumento real. Pela segunda vez, a negociação foi precedida pela exposição na calçada, em frente ao sindicato patronal, dos pares de calçados de dezenas de jornalistas, que simbolizam as solas dos sapatos gastas para a nossa categoria garantir o lucro das empresas. Agora, exigimos respeito! Nestes dias, a diretoria do Sindicato está intensificando a visita às redações e conversando com os jornalistas, visando ampliar a mobilização. A única forma de avançar é com a categoria expressando claramente para as empresas que não aceita menos do que a inflação.

 

 

Foto Cadu Bazilevski

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