Votação será de 13 a 19 de julho, nas redações e na sede do Sindicato
A Campanha Salarial de Jornais e Revistas da Capital 2017-2018 vai a plebiscito, de 13 a 19 de julho, para que os jornalistas decidam se aceitam a contraproposta patronal ou se as negociações prosseguem.
A votação ocorre nas maiores redações, com urna aberta a todos os jornalistas da capital, e também na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), na Rua Rego Freitas nº 530, sobreloja, centro paulistano.
Depois de dois meses de negociações, a contraproposta apresentada pelos empresários para decisão dos jornalistas é a seguinte:
1- Reajuste de 3,5% nos salários e de 3,35% (inflação) nos demais itens da pauta econômica, como o auxílio-creche;
2- Correção de 3,82% no piso para jornada diária de 5h, de R$ 2.986,00 para R$ 3.100,00;
3- Vale-refeição: de R$ 11,90 para R$ 12,50 nas empresas com até 20 jornalistas, de R$ R$ 17,80 para R$ 18,50 nas empresas com mais de 20 jornalistas e mudança na faixa salarial para desconto de até 20%, de R$ 5 mil para R$ 5.200,00;
4- Manutenção das cláusulas sociais vigentes na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), com a exceção da licença-maternidade pra adotante, reformulada para incluir o pai adotante.
Nas primeiras rodadas de negociações, a reivindicação da categoria foi de reajuste de salários e benefícios pela inflação de 3,35% (INPC) e mais 2,5% de aumento real para recomposição das perdas porque em 2016 o reajuste foi parcelado e, ainda, com índice de 8,16% contra uma inflação de 9,82%.
Alegando falta de condições financeiras, os empresários afirmaram que só poderiam reajustar os salários pela inflação. Contudo, após consulta em junho, a categoria decidiu não aceitar a proposta patronal e os jornalistas seguiram as negociações insistindo numa reajuste maior que a reposição dos 3,35% do INPC.
Desde o início das rodadas o Sindicato dos Jornalistas também conseguiu que os patrões estendessem a CCT nos meses de junho e julho, enquanto a campanha é negociada. Devido a uma decisão do ministro Gilmar Mendes (STF), a ultratividade, ou seja, a vigência das cláusulas enquanto um novo acordo é negociado, não é mais garantida aos trabalhadores, o que expõe a riscos o conjunto da Convenção Coletiva.
Diante do quadro, avaliam os dirigentes do SJSP, a categoria pode aprovar a contraproposta patronal, preservando a Convenção Coletiva e sem perdas econômicas desta vez, mas postergando para outro momento a recuperação da perda de 1,56% sofrida nos salários em 2016. Caso os jornalistas rejeitem a contraproposta, o Sindicato dará continuidade à luta pelo aumento real e pela reposição das perdas ainda nesta Campanha Salarial.
Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo