Mais 1% na reposição salarial. Depois de oito rodadas de negociação, as empresas de Rádio e TV alegam estarem dispostas a mudar a proposta de reajuste dos salários de 5%… para 6%. Foi essa a proposta apresentada pelo sindicato patronal à bancada dos trabalhadores em reunião realizada na última quarta-feira (03), em São Paulo.
Num cenário onde a inflação acumulada é de 10,97%, a avaliação da direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) é que a postura intransigente se mantém por parte das empresas. Querem jogar o que definem como “crise” nas costas dos jornalistas, impondo perdas reais de quase 5% nos salários. Em redações como Record e Globo, os colegas mostraram sua impaciência e insatisfação usando roupa preta ou uma fitinha na lapela, para pressionar avanço na negociação.
Além do reajuste abaixo da inflação, a proposta apresentada pelo sindicato patronal coloca o pagamento retroativo (o valor correspondente do reajuste nos salários desde dezembro até quando for fechado o acordo) em três parcelas, somente a partir de julho. Entre as cláusulas econômicas, as únicas que teriam correção diferente seriam o auxílio-creche, o vale-refeição e o vale-refeição durante viagem. Mesmo assim, todos esses benefícios seriam reajustados com um índice percentual abaixo da inflação. No caso dessas cláusulas, a proposta não avançou nada desde a última rodada de negociação.
Já em relação aos demais itens da contraproposta apresentada pelo SJSP no dia 26 de janeiro, todos foram sumariamente rejeitados pelo sindicato patronal. Reivindicações como a proteção ao emprego, contra o assédio moral e a proteção contra vazamento de radiação nem sequer receberem uma resposta por parte das empresas.
A campanha salarial segue e nova rodada de negociação acontecerá no próximo dia 16. “Mas, enquanto as empresas se negarem a, pelo menos, repor a inflação, também estão impondo um atraso que traz prejuízos aos jornalistas. Isso não podemos e não vamos aceitar”, alertam os dirigentes do Sindicato.