Contra a omissão e descaso dos sócios do Jornal de Limeira sociedade limeirense se une a jornalistas, administrativos e gráficos
Há vários meses, os funcionários do Jornal de Limeira vêm enfrentando problemas de atrasos nos salários. No início de setembro, a empresa fechou a gráfica e demitiu seis trabalhadores e não pagou o salário de agosto e nem as verbas rescisórias. Portanto, há mais de 90 dias, esses trabalhadores estão abandonados pela empresa.
Em outubro foi a vez da redação do jornal entrar em férias coletivas e até o momento a empresa envia comunicados adiando o retorno ao trabalho, mas não fala em pagamento dos salários. Há mais de 60 dias os jornalistas estão sem receber absolutamente nada. No caso do setor administrativo, parte dos funcionários está trabalhando, mas os pagamentos ocorrem de forma “mirrada” e fragmentada.
Diante do abandono e sem perspectivas de retorno, a situação das famílias ficou complicada e foi que entrou em ação uma corrente de solidariedade promovida pelo jornalista Walfrido Salvi, com apoio do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que fez uma campanha de coleta de alimentos para ajudar os trabalhadores sem salários. Já foram arrecadados 700 kg de alimentos.
A solução foi buscar apoio dos companheiros que estão em melhores condições e da sociedade limeirense em geral, para evitar um drama social que poderia adquirir contornos graves. As doações passaram a ocorrer de forma vigorosa, tendo como mote a solidariedade. Amigos, leitores do jornal que se sentiram tocados pelo problema também se envolveram na ação.
A questão do Jornal de Limeira é decorrente de uma briga entre os sócios, Aguida Maria e Djalma Martins, que além de fecharem o jornal, abandonaram à própria sorte os trabalhadores. A briga paralisou a movimentação financeira da empresa, com ambos os lados olhando apenas para seus interesses pessoais.
Segundo Zé Eduardo, dirigente do SJSP e Secretário do Interior, Litoral e Grande São Paulo essa campanha de solidariedade é uma demonstração de unidade entre os trabalhadores contra a omissão e a desumanidade dos patrões “entre trabalhadores é sempre assim, impera a solidariedade. Já na relação patrão e empregado impera a exploração e ganância patronal de lucro e mais lucro”.
A campanha continua, e quem quiser participar pode levar os produtos alimentícios à residência do Walfrido (Rua Felício Feres, 107, Vila Glória). Se houver dificuldades, ele irá buscar os alimentos na casa do doador.
Os funcionários do Jornal de Limeira agradecem o apoio de todos.
Texto e fotos do jornalista Walfrido Salvi