A história do samba é tema do bate-papo “Samba, Identidade e Combate ao Racismo”, que a CUT São Paulo, por meio da Secretaria de Combate ao Racismo, realizará em 28 de novembro, às 15h, na sede da entidade.
No mesmo dia, a partir das 10h, haverá feira e exposição de livros, mostra de pinturas e fotografias que retratam a memória da CUT/SP e, das 14h às 15h, um workshop de turbantes. As atividades marcam o encerramento do Mês da Consciência Negra. Ao final, haverá um coquetel e apresentação musical.
A secretária de Combate ao Racismo da CUT/SP, Rosana Aparecida da Silva, explica que a ação foi definida após uma reflexão a respeito da história do marinheiro João Cândido – líder negro da Revolta da Chibata, ocorrida em 22 de novembro de 1910, que conquistou o fim dos castigos físicos aos trabalhadores na Marinha – bem como a questão do samba e o preconceito racial, já que o ritmo que identifica o Brasil é um dos mais antigos meios de expressão dos negros e negras.
“O samba é uma forma de divulgar as raízes do povo negro e de chegar mais perto da população. Não estamos na Academia Brasileira de Letras, mas fazemos letras e músicas com a nossa história”, destaca a secretária cutista.
A atividade faz referência, ainda, à canção “Mestre Sala dos Mares”, de João Bosco e Aldir Blanc, consagrada na voz de Elis Regina na década de 1970. A música presta homenagem a João Cândido, mas seu verso almirante negro teve que ser trocado por navegante negro, após censura pela ditadura militar para não “ofender a oficialidade da Marinha” – mais uma mostra de intolerância e perseguição que marcaram toda a vida do marinheiro.
Além de ser expulso da Armada Brasileira, Cândido foi demitido de vários empregos por pressão da Marinha. Trabalhou como pescador para sustentar a família e viveu na miséria até falecer, em 6 de dezembro de 1969, aos 89 anos.
Raízes do samba – O samba surgiu na Bahia, em meados do século XIX, nascido a partir da influência e mistura de diferentes ritmos e danças africanos e afro-brasileiros, entre os quais o lundu, a batucada, o semba e o jongo. Entre as suas variações estão o samba de roda, originário do Recôncavo Baiano, com ritmo bastante cadenciado e acompanhado por coro e palmas na repetição dos refrões.
A partir da segunda metade do século XIX, o samba chega ao meio urbano no Rio de Janeiro, onde ganhou outras variantes: o samba de breque, com “paradinhas” e ritmo sincopado; de partido-alto, com improviso de versos na canção, como fazem os repentistas; o samba-enredo das escolas de samba e o samba-canção ou “samba de fossa”, entre outros.
Encerramento do Mês da Consciência Negra da CUT/SP
28 de novembro de 2013 (quinta)
10h às 18h – Feira de livros, mostra de artesanato, fotografias e pintura
14h às 15h – Workshop de turbantes
Informações: (11) 2108-9180 – racial@cutsp.org.br
*Com informações da Fundação Palmares, Projeto Memória e do Museu Hoje