Objetivo é debater os ataques a jornalistas por figuras públicas nas redes sociais. Confira a transmissão ao vivo na fan page do Sindicato.
No próximo dia 6 de novembro (segunda-feira), às 19h30, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) realiza o “Ato-debate em Defesa da Liberdade de Expressão, Contra a Censura e a Intimidação de Jornalistas nas Redes Sociais”. A atividade é no Auditório Vladimir Herzog, sede da entidade, na Rua Rego Freitas nº 530, sobreloja, no centro da capital paulista.
O intuito do SJSP é discutir os diversos ataques que jornalistas têm sofrido nas redes sociais em casos incitados por figuras públicas, como o prefeito João Doria e o “humorista” Danilo Gentili, que têm induzido seus seguidores a intimidar e agredir pela internet os profissionais de comunicação.
O debate tem transmissão ao vivo pela fan page do Sindicato.
O ato-debate tem confirmadas as presenças de Paulo Marco Ferreira Lima, coordenador do Núcleo de Combate ao Crime Cibernético do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), além do jornalista Diego Bargas e do coletivo “Jornalistas contra o Assédio”
Crescem no país os casos em que jornalistas são alvos de “haters” – os “odiadores” virtuais que atuam nas redes sociais – e, para a direção do Sindicato, os ataques ferem a liberdade de expressão e de imprensa, são claras formas de censura ao trabalho jornalístico e também atingem o direito da sociedade à informação que é essencial para a garantia de um país democrático.
Perseguição nas redes e perda de emprego
Um dos casos mais graves envolvendo ataque de haters incitados por celebridades levou à demissão de Diego Bargas pela Folha de S.Paulo, no último dia 13 de outubro. O jornalista havia publicado a matéria “Comédia juvenil ri de bullying e pedofilia”, sobre o filme de Danilo Gentili, após entrevista do repórter gravada com o “humorista” e com o diretor Fabrício Bittar.
Gentili reagiu à publicação incitando ódio pelas redes sociais, estimulou seus seguidores – mais de 15 milhões no Twitter e 13 milhões no Facebook – a atacar o repórter com ofensas e xingamentos e, horas depois, Bargas foi demitido pela Folha.
“O jornalista não tem voz nenhuma contra uma grande empresa e nem contra uma celebridade que tem milhões de seguidores nas redes. Virei personagem que tem rosto, mas não tem história, não tem minha voz. Todo mundo diz tudo, a única pessoa que não diz nada sou eu”, criticou Bargas ao relatar o caso no Sindicato, durante o seminário “Jornalistas e os Impactos da Reforma Trabalhista”, realizado na sede da entidade, no último dia 21 de outubro.
Em seu desabafo, Bargas afirmou que o caso foi censura e criticou o fato da polêmica ter se tornado publicidade para Gentili.
“Foi um ‘cala a boca’ muito claro. E o que fazemos com isso? O que fazer com quem continua na redação? Se eu tivesse ficado na Folha, teria medo porque, se não damos o que eles [celebridades] querem, então vão pedir nossa cabeça? Vão para o Twitter fazer um alvoroço? Fazer publicidade é o novo status quo? A partir de agora, vou pensar duas vezes quando me derem uma pauta complicada com uma celebridade que tiver mais voz do que eu”, concluiu.
Ato-debate em Defesa da Liberdade de Expressão, Contra a Censura e a Intimidação de Jornalistas nas Redes Sociais
Data: 6 de novembro (segunda-feira)
Horário: 19h30
Local: Auditório Vladimir Herzog – Sede do Sindicato dos Jornalistas
Rua Rego Freitas nº 530 – Sobreloja – Vila Buarque (Metrô República)
Informações: (11) 3217-6299
Assista a transmissão ao vivo na fan page – https://www.facebook.com/SindicatoJornalistasSP/
Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo