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Ataques contra a categoria interrompem a Campanha Salarial

Ataques contra a categoria interrompem a Campanha Salarial


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Sindicato protesta contra prática antissindical, demissões em massa e proposta de reajuste abaixo da inflação

A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) protocolou na manhã desta quarta-feira (15) documento junto ao sindicato patronal de Jornais e Revistas do Interior repudiando a série de agressões contra a categoria, que em plena Campanha Salarial, tem enfrentado proposta de rebaixamento de salários e demissões em massa.

No Jornal A Tribuna, da Baixada Santista, houve a demissão de dirigentes sindicais, o diretor regional da Baixada Santista, Glauco Braga, e o diretor de base, Reynaldo Salgado.  Uma segunda reunião de negociação estava agendada para hoje, mas não foi realizada em protesto contra as agressões.

Na primeira rodada de negociação salarial os patrões do interior e litoral ofereceram reajuste único de 4,5% em 1º/6/2015 em todos os salários; nenhum reajuste nas cláusulas econômicas (auxílio-creche, plano de saúde) e nenhuma mudança nas demais cláusulas.

Em Santos, aonde acontece protesto nesta tarde, os jornalistas usaram preto em repudio as agressões sofridas pela categoria. Segue abaixo a íntegra do documento.

 

 

São Paulo, 15 de Julho de 2015

 

Ao Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado de São Paulo

 

Senhores,

 

A bancada do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo está ausente da mesa de negociações em protesto pelas recentes agressões contra nossa categoria nesta Campanha Salarial. Não achamos outra palavra para caracterizar os acontecimentos em curso, nem outra maneira de expressar o fato de que não podemos sentar em uma mesa de negociações quando, em vez de tratativas de acordo entre as partes, o que existe é um ataque contra a categoria e sua entidade representativa. Da forma como as coisas vão, não chegaremos a lugar algum.

Com nossa ausência, esperamos que as empresas possam refletir, e que possamos, a partir de agora, iniciar uma negociação que permita aos jornalistas manter seus salários, seus empregos e sua organização sindical.

Na primeira rodada de negociação já nos deparamos com um cenário desolador. A proposta de reposição de 4,5% nos salários, quando a inflação do período foi de 8,76%, é totalmente inaceitável. Ela ignora que os salários já são baixos para uma categoria de nível superior. Ela despreza o fato de que, com as equipes reduzidas, os jornalistas ampliaram sua carga de trabalho. Ela esquece que as empresas estão recebendo benefícios na casa dos milhões com a desoneração da folha, que veio em 2014 e vai permanecer. Na mesa, argumentamos e indicamos nossa disposição de negociar a pauta de reivindicações a partir da reposição integral da inflação, buscando avançar em cláusulas de defesa do emprego.

Tal não foi nossa surpresa ao ver que a Tribuna de Santos, um dos maiores jornais do Estado, na terça-feira, 7 de julho, entra em guerra aberta contra os jornalistas e o Sindicato, ao demitir ao menos oito profissionais (quase 9% de seu contingente) – no bojo de pelo menos 18 demissões na empresa – sem qualquer comunicação prévia ao Sindicato, sem buscar qualquer negociação com a categoria.

Para reforçar sua carga belicosa, a empresa inclui entre os demitidos dois diretores do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, incluindo seu diretor regional – ou seja, a pessoa que coordena a entidade na Baixada Santista. Como é possível haver negociação quando a empresa parte para a demissão em massa? Como é possível sentarmos à mesa para qualquer diálogo quando as pessoas que se sentam à nossa frente são responsáveis pela demissão dos próprios dirigentes sindicais com os quais supostamente estão negociando?

As demissões de Glauco Braga e Reynaldo Salgado são fruto da mais brutal atitude antissindical, que merece o repúdio de qualquer pessoa esclarecida, pluralista e democrática da sociedade santista, paulista e brasileira. Não vamos aceitá-las. A empresa talvez ache que, diante de sua vontade, só cabe aos trabalhadores abaixar a cabeça e concordar. Mas não. Alguém devia informá-la que existem sindicatos, pois a Constituição brasileira considera que a classe trabalhadora tem o direito de se organizar e de fazer os seus interesses serem respeitados, e que a existência de Sindicatos está garantida por diversos direitos e prerrogativas.

Vamos manter e ampliar nossos protestos, até que a empresa volte atrás em sua autoritária e inaceitável decisão. Esperamos que os seus pares, no âmbito do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado de São Paulo, também abram os seus olhos no sentido de que mudem sua postura e negociem com os jornalistas e seu Sindicato.

Mantemos a disposição de negociação e diálogo, esperando, porém, uma mudança radical na postura patronal, pois nosso objetivo, mais uma vez sacramentado, é defender os salários e os empregos de todos os jornalistas de São Paulo. Não vamos aceitar declarações de guerra, nem medidas de agressão contra os jornalistas e seu Sindicato.

 

 

 

Paulo Leite Moraes Zocchi

Presidente

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

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