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As duas mortes dos cinegrafistas da Band – a opinião do SJSP e Arfoc/SP

As duas mortes dos cinegrafistas da Band - a opinião do SJSP e Arfoc/SP


 

 

Na Band, é comum ver repórter cinematográfico dirigindo os veículos da empresa


A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) lamenta o falecimento do repórter cinematográfico Santiago Ilídio Andrade, da TV Bandeirantes, atingido por disparo de rojão na cabeça última quinta-feira (6) e manifesta sua solidariedade aos familiares e amigos neste momento de dor. O profissional foi atingido quando registrava manifestação contra o aumento da passagem de ônibus, no centro do Rio de Janeiro.

A morte de mais jornalista em pleno exercício da profissão deve servir de motivo para reflexão. Apesar de envolto em muito glamour, o jornalismo tem se transformado, a cada dia, em uma profissão de risco. Basta estar trabalhando para cobrir manifestações públicas, nas coberturas do jornalismo policial ou mesmo confrontar uma autoridade ou político inescrupuloso, que o perigo de vida torna-se iminente. Os jornalistas acabaram virando alvo fácil. Se não são agredidos ou assassinados por policiais, sofrem nas mãos dos próprios manifestantes. No entanto, eles não podem confundir as críticas que eventualmente tenham em relação a uma determinada empresa jornalística com os trabalhadores que estão em campo na sua rotina de trabalho.

Trata-se do segundo profissional da TV Bandeirantes morto durante uma cobertura. Em 2011, durante tiroteio na comunidade Antares, no Rio de Janeiro, a vítima foi o repórter cinematográfico Gelson Domingos da Silva, que levou um tiro de fuzil no peito. Apesar de estar utilizando coleta à prova de balas, ele foi insuficiente para conter o impacto de projétil.

As empresas de jornalismo, mesmo faturando milhões de reais por ano, não realizam treinamento adequado dos trabalhadores, disponibilizando equipamentos de baixa qualidade ou evitando de gastar com a qualificação de seus profissionais para enfrentar situações de risco. Na Bandeirantes, é comum, inclusive, ver repórteres cinematográficos que também são obrigados a dirigir os veículos da emissora nas coberturas.

A direção do SJSP exige que o Estado cumpra com o seu papel de garantir a segurança de todos os cidadãos, mas também que a sociedade civil não permita que as legítimas manifestações degenerem em violência. Também os empresários da comunicação devem investir mais em seus trabalhadores, para que eles possam atuar com menos risco durante as coberturas. Só assim a democracia estará salvaguardada. 


Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e Associação dos Repórteres Cinematográficos de São Paulo (Arfoc/SP)

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