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Aos 60 anos de profissão, Ricardo Kotscho sente falta de gente ‘boa de serviço’ no jornalismo e na política para enfrentar o futuro

Redação - OBORÉ

Considerado um dos maiores repórteres de sua geração, o jornalista Ricardo Kotscho foi homenageado com o Troféu Audálio Dantas – Indignação, Coragem e Esperança no último dia 7 de junho, Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, Cerimônia reuniu familiares, amigos jornalistas e estudantes no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo.

Em discurso, o homenageado agradeceu a comenda que leva o nome de seu grande amigo Audálio Dantas: [ este troféu ] “tem um gosto muito especial por nos lembrar de um tempo de resistência, em que lutamos juntos pelo fim da ditadura e a volta da democracia. Certamente, é o mais importante e valioso que já recebi”.

O Troféu Audálio Dantas destina-se a jornalistas que dedicam suas vidas à defesa da Democracia, Justiça, Direito à Informação e Liberdade de Expressão. A ideia surgiu em 2016 com o nome “Indignação, Coragem e Esperança” por iniciativa conjunta da OBORÉ, Agência Sindical e Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé para homenagear Audálio Dantas. O jornalista se destacou na luta em defesa dos direitos humanos e da liberdade de expressão, especialmente no período em que foi presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, de 1975 a 1979 e de 1982 a 1983, durante a ditadura militar.

A primeira e única edição do prêmio “Indignação, Coragem, Esperança” foi entregue ao próprio Audálio Dantas em 8 de julho de 2017, dia do seu aniversário de 88 anos.

Depois de seu falecimento, em 30 de maio de 2018, o troféu foi rebatizado com seu nome, ganhou novas adesões de entidades de jornalistas e de organizações que lutam em defesa da democracia. Tornou-se um prêmio unitário com o propósito de lembrar a importância de Audálio Dantas em momentos cruciais da história recente do Brasil, além de servir de referência e estímulo para novas gerações de jornalistas, radialistas e toda a gente da imprensa.

Sobre o homenageado do ano

Aos 76 anos, o jornalista e escritor Ricardo Kotscho é colunista no portal UOL desde 2008 e apresenta o programa “Pergunte ao Kotscho” no Canal “MyNews”. Foi Secretário de Imprensa e Divulgação do Governo Lula entre 2002 e 2004, posto do qual se descompatibilizou para ter mais tempo de escrever suas memórias e retomar sua carreira de jornalista.

Nascido em São Paulo, em 18 de março de 1948, o jovem Ricardo trabalhou como ajudante de jornaleiro e redator de jornais de bairro. Foi repórter especial de O Estado de S. Paulo (1967 a 1977) e da Folha de S. Paulo nos anos 1980, com atuação significativa sobretudo ao longo da campanha das Diretas. Também foi correspondente internacional do Jornal do Brasil na Alemanha e, a convite de Mino Carta, que então comandava a equipe da revista IstoÉ, assumiu posto na publicação em plena redemocratização do país.

Nos anos 2000 viria o convite para ocupar a Assessoria de Imprensa da primeira campanha de Lula para a Presidente. Kotscho também participou da segunda campanha que levaria Lula à Presidência da República, nas eleições de 2002.

Ricardo Kotscho é autor de vários livros, dentre eles, A prática da reportagem (Ática), Serra Pelada, uma ferida aberta na selva (Brasiliense), Explode um novo Brasil – Diário da campanha das Diretas (Brasiliense) e Uma vida de repórter – Do golpe ao Planalto (Companhia das Letras).

Audálio Dantas, patrono do troféu

Conhecido como o repórter que revelou Carolina Maria de Jesus e seu Quarto de Despejo: diário de uma favelada, Audálio Dantas organizou, junto a defensores da democracia, o ato ecumênico em memória de Vladimir Herzog, ocorrido na Catedral da Sé, em 1975, após o assassinato do jornalista por agentes da ditadura, no DOI-Codi de São Paulo. À época, Audálio presidia o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.

Em 9 de Junho de 2008, foi agraciado com o título de Cidadão Paulistano pela Câmara Municipal por iniciativa do vereador Eliseu Gabriel (PSB).

Audálio iniciou sua carreira como fotógrafo na Folha de S. Paulo e passou pelos mais importantes veículos de comunicação do seu tempo. Integrou as equipes das revistas O Cruzeiro, Realidade, Veja e Quatro Rodas. É autor dos livros As Duas Guerras de Vlado Herzog (Civilização Brasileira), Tempo de Reportagem (LeYa), A Infância de Ziraldo (Callis), O Menino Lula (Ediouro), A infância de Graciliano Ramos (Callis) e Repórteres (Senac-SP).

Criação do Troféu

A peça Troféu Audálio Dantas é fruto do talentoso trabalho do artista plástico Roger Mátua. A obra foi criada a partir de uma ilustração da Laerte para a 1ª edição do Cadernos de Jornalismo do Projeto Repórter do Futuro, da OBORÉ, em 1996. A tradicional imagem de São Jorge enfrentando o dragão foi ressignificada pelo traço da artista: ao invés de lança, o santo empunha um microfone e em seu elmo há uma câmera.

Galeria de homenageados

A primeira homenageada com o Troféu Audálio Dantas foi Patrícia Campos Mello, em 2020, em meio aos piores momentos da pandemia. Mara Régia Di Perna, Luis Nassif e Jamil Chade foram os agraciados em 2021. Julian Assange, Eliane Brum e os jornalistas do Consórcio de Veículos de Imprensa que atuaram na cobertura da pandemia, em 2022. E no ano passado, Valmir Salaro, Bruno Paes Manso, Juliana Dal Piva, Leonardo Sakamoto, Rene Silva e Gregório Duvivier.

Promotores

A curadoria desta comenda desenrola-se ao longo do ano sob a coordenação da Família Audálio Dantas, OBORÉ, UBE – União Brasileira de Escritores, SJSP – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Agência Sindical, Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e Gabinete do vereador Professor Eliseu Gabriel (PSB). A iniciativa conta com a participação ativa e criativa das seguintes entidades e coletivos: Associação Brasileira de Imprensa, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo, ARFOC – Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo, Associação Profissão Jornalista, Canal da Praça, Centro Acadêmico Vladimir Herzog / Cásper Líbero, CÉU – Museu de Arte a Céu Aberto, Coletivo Café Sem Pauta, Colibri & Associados Comunicações, CJP – Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, Constructo, Escola Municipal de Ensino Fundamental Vladimir Herzog, Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj, FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Fotos Públicas, Grupo Tortura Nunca Mais de SãoPaulo, Instituto do Memorial de Artes Gráficas do Brasil, Instituto Elifas Andreato, IPFD – Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão em Políticas Públicas e Sociais, Instituto Premier de Educação e Cultura, Instituto Vladimir Herzog, Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, Jornalistas & Cia, Pimp My Carroça e Cataki, Projeto Repórter do Futuro, Ricardo Viveiros & Associados, Sindicato dos Professores de São Paulo e Sindicato dos Jornalistas de Alagoas.

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