O ano começou em clima de Campanha Salarial no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP). Na tarde desta quinta-feira, 09, dirigentes da entidade se reuniram com representantes do sindicato patronal para a 6ª rodada de negociação da Campanha Salarial de Rádio e TV e, dessa vez, alguns avanços foram possíveis.
Até o final do ano passado, com os patrões se negando a melhorar a proposta apresentada em 12 de dezembro, que não contemplava qualquer ganho para a maioria da categoria de um lado e de outro e a diretoria do Sindicato se negando a fechar qualquer acordo que não contemplasse os jornalistas, o impasse foi instaurado.
Na tarde de hoje, os ventos começaram a soprar numa direção diferente. Na nova proposta, o reajuste salarial foi arredondado para 5,6% (o INPC do período é de 5,58%), somado a um abono, a título de ganho eventual, de R$ 256,00 para jornalistas que trabalham na Capital, R$ 150,00 para os que atuam em cidades com mais de 80 mil habitantes e R$ 50,00 para os que trabalham nas cidades com menos de 80 mil habitantes. Esses valores serão pagos em uma única parcela, até 5 de março e não serão incorporados aos salários.
Para o Piso Salarial, que já contava com reajuste acima da inflação, a proposta segue na mesma linha. Na Capital o valor é de R$ 1.995,00, com reajuste de 9,38%, nas cidades com mais de 80 mil habitantes o piso fica em R$ 1.265,00, com um reajuste de 7,21% e nas cidades com menos de 80 mil de habitantes o valor é de R$ 1.235,00, com reajuste de 6,93%. Estes números apresentam ganhos reais significativos em relação ao INPC. Para as demais cláusulas econômicas a negociação chegou ao reajuste de 5,6% (arredondamento do INPC do período que foi de 5,58%).
Além disso, mudanças aparecem também na PLR e no abono pago pelas fundações. Para o primeiro item, foi estabelecida uma nova faixa resultado do desmembramento da faixa intermediária que abrangia de
a) Até 25 jornalistas (30% do salário) com teto de R$ 1.100,00 (reajuste de 10%);
b) De
c) De
d) A partir de 86 jornalistas (45% do salário) com teto de R$ 6.800,00 (reajuste de 11,48%).
Já no abono para as fundações, as faixas são as seguintes:
a) Até 25 jornalistas (28% do salário) com teto de R$ 1.100,00 (reajuste de 10%) e
b) A partir de 26 jornalistas (35% do salário) com teto de R$ 2.060,00 (reajuste de 11,11%).
Outro avanço conquistado foi a obrigatoriedade da concessão de vale refeição, que na convenção anterior figurava apenas como uma recomendação. Na Capital o valor será de R$ 14,00 e no Interior e Litoral de R$ 12,25. A inclusão de temas como saúde do trabalhador, assédio moral, entre outros, que serão debatidos em comissões a serem organizadas pelos sindicatos, também foi aprovada. Já a proposta patronal de ampliar o prazo de vigência da Convenção Coletiva para dois anos e a inclusão da nova cláusula permitindo a conversão de estabilidade no emprego em indenização, seguindo o interesse empresarial, foram rejeitadas e não entram no acordo.
A proposta será avaliada pela categoria em um Plebiscito que irá consultar jornalistas em redações por todo o estado, entre os dias 13 e 17 deste mês. Nos últimos anos a votação secreta em urna tem sido a melhor forma de mensurar a opinião da categoria, além de permitir a participação de um grande número de jornalistas nos próprios locais de trabalho. Aguarde, os locais para votação estarão disponíveis na página do Sindicato nos próximos dias. Caso a proposta seja aprovada, o pagamento será até o quinto dia útil de fevereiro.
Para José Augusto Camargo (Guto), presidente do SJSP, o ano começou bem. “Já escutamos todas as desculpas possíveis e hoje conseguimos destravar a negociação que não andava. Os patrões mudaram de postura e agora a proposta ficou mais plausível”, conclui Guto. Além do presidente da entidade, Evany Sessa, secretária de Relações Sindicais e Sociais, Vladimir Miranda, membro do Conselho de Diretores e Raphael Maia, coordenador do Departamento Jurídico do Sindicato, também participaram da negociação.