O projeto La Estafa Maestra (La Stafa Maestra), do site de notícias mexicano Animal Político ganhou o prêmio Ortega y Gasset de melhor história de jornalismo investigativo. A reportagem destrinchou um sofisticado esquema de desvio financeiro envolvendo o governo federal, universidades públicas e empresas fantasma. O trabalho é assinado pelos jornalistas Daniel Moreno, Salvador Camarena, Miriam Castillo, Nayeli Roldán e Manuel Ureste.
Segundo o jornal El País, o juri reconheceu “o valor e a investigação cuidadosa conduzida por nove meses, em seis diferentes estados, que detalhou um sofisticado mecanismo de corrupção naquele país [México]”. Os responsáveis pelo prêmio também destacaram a parceria do site Mexicanos contra la Corrupción y la Impunidad (mexicanos contra a corrupção e a impunidade) na apuração dos fatos.
A jornalista Inger Díaz Barriga, da Univisión Notícias, dos Estados Unidos, ganhou o prêmio de melhor cobertura multimedia com seu podcast “Mejor vete, Cristina”, (melhor fugir, Cristina). A reportagem em áudio conta a história de Cristina, uma mexicana que deixou seu país e filhos para salvar sua vida, virou uma comerciante de sucesso nos Estados Unidos e tornou-se uma defensora de imigrantes sem documentação.
Para o juri, o trabalho de Barriga “é uma história extraordinariamente bem contada, com uma narradora sutil, delicada que ao contar sua trajetória pessoal descreve temas universais como imigração, abuso, trabalho ilegal e assédio sexual”.
O grupo El País criou o prêmio Ortega y Gasset em 1984 para “defender a liberdade de expressão, a independência e o rigor na apuração, virtudes essenciais do bom jornalismo, e para reconhecer trabalhos que chamam a atenção por sua qualidade”. Profissionais que escrevam em espanhol em qualquer parte do mundo podem concorrer à premiação.
David Armengou e Marcela Miret ganharam o prêmio de melhor fotografia pelas imagens que fizeram dos ataques jihadistas em Barcelona ocorridas dia 17 de agosto e divulgadas pela agência EFE. Segundo um twitter do El País nenhum dos dois é fotógrafo profissional.
A jornalista espanhola Soledad Gallego-Díaz, que trabalhou como correspondente em Bruxelas, Paris, Londres, Buenos Aires e Nova York e também foi ombudsman, ganhou o prêmio pelo conjunto de sua obra. Ela trabalhou no El País por quase quatro décadas e foi, entre outros cargos, vice-diretora da publicação.
Os prêmios, de 15 mil euros cada (cerca de R$ 60 mil), serão entregues dia 7 de maio em Madri, capital da Espanha.