Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Logo da Federação Internacional de Jornalistas
Logo da Central Única dos Trabalhadores
Logo da Federação Nacional de Jornalistas

8 de Março: Lute como uma jornalista

8 de Março: Lute como uma jornalista

Nós, mulheres, somos maioria no Jornalismo. Mas, como em todas as demais profissões, não somos a maioria que ocupa os cargos de chefia e de decisão e, ainda, somos menos remuneradas, especialmente as mulheres negras.

No ano de 2020, como tantas outras companheiras, sofremos mais com os impactos da pandemia de Covid-19. A pesquisa da Comissão Nacional de Mulheres da FENAJ “Mães Jornalistas e o contexto da pandemia” apontou que as mães jornalistas são mulheres esgotadas pela sobrecarga de trabalho.

Respondido por 629 profissionais jornalistas de todos os estados do Brasil, o mapeamento demonstrou que, ainda que compartilhem cuidados, essas mulheres são sobrecarregadas com cuidados com filhos e outros membros da família, alimentação e casa, ao mesmo tempo que precisam conciliar o trabalho home office ou presencial.

Vivemos sob a exploração nos ambientes de trabalho no Brasil, com jornadas abusivas, excesso de trabalho, aumento da cobrança por parte dos superiores (mesmo entre aquelas que tiveram redução de salário e jornada), acúmulo de funções e as frequentes cobranças para dar conta de prazos, de plantões (incluindo quem está em teletrabalho) e de inúmeras reuniões.

Soma-se a esse exaustivo cenário, o aumento expressivo da violência contra jornalistas. No ano passado, foram 428 casos, quase metade protagonizados pelo presidente Jair Bolsonaro. Desse total, 44,66% foram contra nós, mulheres jornalistas. Todos os ataques, verbais e virtuais, tiveram caráter machista, misógino e com conotação literalmente sexual.

Além das questões específicas de nossa profissão, assim como as demais trabalhadoras em todo o país, também enfrentamos cotidianamente a violência doméstica e de gênero, que agride, estupra e mata mulheres, cis e trans, todos os dias em nosso país. As opressões e violências foram agravadas pela pandemia e, em larga escala, pela política conservadora, machista, misógina, LBTfóbica do atual governo genocida de Jair Bolsonaro.

A política de desmonte dos serviços públicos, em especial do SUS, de negacionismo frente à pandemia que já ceifou a vida de mais de 250 mil brasileiras e brasileiros, de privatização do patrimônio e empresas estatais, de descaso com a população e favorecimento aos bancos também nos atinge. Contra esse governo e esse sistema capitalista perverso, nos levantemos.

E, assim como tantas mulheres no mundo todo, mesmo diante de inúmeros ataques e ameaças, resistimos! Juntas às demais mulheres no Brasil e no mundo, nós, mulheres jornalistas, seguimos na luta por melhores condições de trabalho e renda, por um mundo livre de opressões e pelo fim do machismo, do racismo e do patriarcado.

Fazemos da nossa profissão instrumento de defesa da democracia e de combate ao autoritarismo e a todas as formas de opressão. Lutamos pelas liberdades de imprensa e de expressão, pela livre circulação da informação jornalística e pelo nosso direito ao livre exercício da profissão, com segurança e autonomia.

Lutamos por vacina para todas e todos, por auxílio emergencial digno, pelo fim da desigualdade e da violência de gênero e raça, contra o desmonte do SUS e dos serviços públicos, pelo nosso direito à vida e pela autonomia de nossos corpos! Fora Bolsonaro e todos os negacionistas!

Resistimos ontem, hoje e sempre!

Lute como uma jornalista!

Brasília, 7 de Março de 2021

Comissão Nacional de Mulheres da FENAJ

Federação Nacional dos Jornalistas

veja também

relacionadas

mais lidas

Pular para o conteúdo