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104 jornalistas assassinados até agora em 2024, informa a FIJ

Redação

De acordo com o relatório anual da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), 2024 foi mais um ano especialmente mortal para jornalistas e profissionais da comunicação social. Até 10 de dezembro, 104 jornalistas foram assassinados em todo o mundo, mais da metade deles em Gaza, na Palestina (55). A FIJ reafirma o seu compromisso com a adoção urgente pelas Nações Unidas de uma convenção internacional para proteger os jornalistas.

Por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos, que se celebra em 10 de dezembro, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) publicou os primeiros resultados do seu relatório anual de 2024 sobre jornalistas e trabalhadores da comunicação social mortos no cumprimento do dever. Segundo os últimos dados, ainda incompletos, 104 profissionais da comunicação social foram assassinados desde 1º de janeiro, incluindo 12 mulheres, o que representa 11,5% do total de mortes.

Em 2023, a FIJ documentou o assassinato de 129 jornalistas, 14 deles mulheres, num dos anos mais mortíferos para jornalistas desde que a Federação começou a publicar a sua lista de profissionais assassinados em 1990.

ORIENTE MÉDIO E MUNDO ÁRABE: 66

Pelo segundo ano consecutivo, é a região do Médio Oriente e do Mundo Árabe que detém o triste recorde de jornalistas assassinados: 66 mortos em 2024. 

A guerra em Gaza e no Líbano evidencia mais uma vez o massacre sofrido por profissionais da comunicação social palestinianos (55), libaneses (6) e sírios (1), que representam 60% do número total de jornalistas assassinados em 2024. Desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, o número de jornalistas palestinos mortos chega a pelo menos 138, tornando este país um dos mais perigosos da história do jornalismo moderno, atrás do Iraque, das Filipinas e do México. 

Em 13 de outubro de 2023, a FIJ instou a UNESCO a proteger os jornalistas, a estabelecer um cessar-fogo duradouro, a abrir corredores humanitários para os civis e a permitir que os jornalistas de Gaza se refugiassem fora do enclave e que os repórteres estrangeiros entrassem na periferia. Porém, foi tudo em vão.

No resto da região, a Federação contabiliza três profissionais da comunicação social mortos no Iraque, incluindo duas mulheres em 23 de agosto, e um fotógrafo morto na Síria em 4 de dezembro.

ÁSIA-PACÍFICO: 20

Na Ásia-Pacífico, a maior região geográfica da FIJ, o número de mortos em 2024 (20) foi consideravelmente superior ao de 2023 (12) e 2022 (16), com um aumento da violência no Sul da Ásia. A FIJ deplora 6 assassinatos no Paquistão, 5 em Bangladesh e 3 na Índia, ou seja, 70% do total de mortes na região. Além disso, o regime militar de Myanmar continua a caçar jornalistas – três jornalistas foram assassinados este ano – enquanto a Indonésia e o Cazaquistão sofreram uma morte cada.

ÁFRICA: 8

Oito jornalistas foram mortos na África em 2024, em comparação com 4 em 2022 e 9 em 2023. No entanto, o Sudão foi o país que pagou o preço mais elevado, com 5 mortes, em consequência da guerra dos generais, particularmente mortal. Da mesma forma, dois jornalistas somalis e um jornalista chadiano perderam a vida, ilustrando a situação política frágil e violenta em ambos os países.

AMÉRICAS: 6

Antes da eclosão da guerra em Gaza, a América Latina, e o México em particular, era uma das regiões mais perigosas do mundo para os profissionais da comunicação social. 

Em 2024, o FIJ contabilizou 6 mortes – em comparação com 30 em 2022 e 6 em 2023-, incluindo cinco mexicanos e um colombiano. Mais uma vez, as ameaças, intimidações, sequestros e assassinatos se devem a denúncias de tráfico de drogas, que assola o México há quase duas décadas.

EUROPA: 4

A guerra na Ucrânia voltou a fazer vítimas no continente com 4 jornalistas mortos em 2024, em comparação com 13 em 2022 e 4 em 2023. Apesar deste conflito, a Europa continua a ser o continente mais seguro do mundo.

JORNALISTAS NA PRISÃO: 520

Em 10 de dezembro de 2024, a FIJ contabilizou 520 jornalistas presos, o que representa um aumento acentuado em comparação com 2023 (427) e 2022 (375).

Com 135 jornalistas atrás das grades, a China – incluindo Hong Kong – continua a ser a maior prisão do mundo para profissionais da comunicação social, à frente de Israel (59 jornalistas palestinos) e de Mianmar (44).

Só na região Ásia-Pacífico há 254 jornalistas presos, à frente da Europa (142), do Oriente Médio e do Mundo Árabe (101), de África (17) e da América Latina (6).

O secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger, disse: “Estes números tristes mostram mais uma vez quão frágil é a liberdade de imprensa e quão arriscada e perigosa é a profissão de jornalista. Numa altura em que regimes autoritários estão a desenvolver-se em todo o mundo, é crucial que os cidadãos sejam informados. Precisamos de maior vigilância por parte da nossa profissão. É por isso que instamos os Estados-Membros das Nações Unidas a agir para adotar uma convenção vinculativa sobre a segurança das pessoas, pôr fim às mortes e aos feridos que ocorrem todos os anos” .

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