Em mais uma agenda conquistada graças à mobilização histórica da categoria, os Sindicatos dos Jornalistas do DF, Rio e SP se reuniram nesta quinta-feira (5) com o assessor da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), Guiba Navarro, para apresentar os problemas presentes na proposta do PCR feita pela EBC.
Atenção: veja ao fim do texto a convocação para a assembleia
O assessor já estava de posse do documento construído pelas entidades em que são detalhados, tecnicamente, todos os argumentos contra a proposta da gestão e pela isonomia salarial, e elogiou a qualidade do texto.
As entidades reiteraram a gravidade do ataque feito aos jornalistas não só da empresa, mas de todo o país, e deram o histórico da intransigência da EBC na falta de negociação das tabelas salariais e da irresponsabilidade em enviar os cálculos salariais aos funcionários sem que o orçamento estivesse sequer assegurado.
Navarro, que assessora a secretária Elisa Leonel, afirmou que a proposta será analisada com base em critérios da Sest e de viabilidade orçamentária, além da legalidade do novo PCR. Ele destacou que sequer o valor pleiteado pela empresa está assegurado. E colocou a Sest à disposição para ouvir as entidades mais uma vez quando o projeto chegar até a secretaria.
Cabe dizer que a Sest não faz a negociação dos termos da proposta, mas pode indicar que a empresa abra o diálogo novamente.
Os Sindicatos buscaram explicar que as tabelas salariais do novo PCR possuem falhas que se encaixam naquilo que a Sest tem a missão de analisar e, encontrando problemas, impedir.
Também argumentamos que a política de desigualdade salarial a ser implementada pela empresa vai no caminho totalmente contrário à diretriz estabelecida na portaria nº 5.127/2024, do Ministério da Gestão, que orienta a reestruturação de planos de carreiras da administração federal direta.
Em seu artigo 9º, a portaria estabelece que a composição salarial de novos PCRs devem seguir a “uniformização de estruturas remuneratórias para cargos com similar complexidade de atribuições e responsabilidades”. Mesmo que a regra não seja direcionada diretamente a empresas públicas, entendemos que o governo é o mesmo e, portanto, as diretrizes de gestão precisam ser harmônicas, similares para todas as estruturas federais.
Também foi colocado que não é interesse dos jornalistas enterrar o PCR ou protelar indefinidamente sua aplicação, mas corrigir as distorções e a burla à CLT presentes na proposta. Defendemos a isonomia salarial e a extensão dos direitos já conquistados pelas outras categorias a todas aquelas que ficaram para trás, não só os jornalistas.
Assembleia nesta sexta-feira
Para avaliar o movimento, os resultados conquistados com a vitoriosa paralisação de 48h e definir os próximos passos da mobilização, os sindicatos convocam a categoria para assembleia virtual a ser realizada nesta sexta-feira (6), às 19h.
Acesse o Link da reunião virtual, clicando aqui
Desde a decisão de que os jornalistas parariam nesta semana, conseguimos reuniões importantes na Secom – incluindo com o próprio ministro – e na Sest, repercussão na imprensa e mobilização de parlamentares em torno da nossa causa.
A categoria demonstrou forte adesão à causa, com várias redações com 100% de paralisação. Vamos definir, juntos, a continuidade dessa luta. Até a conquista da isonomia, em defesa dos jornalistas e da valorização de quem faz a comunicação pública!