O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) juntaram-se à coletiva de imprensa na Assembleia Legislativa de São Paulo na última quinta-feira (3) para reforçar a Campanha Internacional pela libertação da presa política argelina Luisa Hanune.
Hanune, que é dirigente do Partido dos Trabalhadores da Argélia, está presa desde maio e foi condenada, injustamente, a 15 anos de prisão em setembro.
Paulo Zocchi, presidente do SJSP e vice-presidente da Fenaj, lembrou que o Congresso Nacional da Federação recebeu o apelo para se somar à Campanha Internacional pela libertação de Luisa Hanune e levou o tema para debate com a categoria. “A gente discutiu esse assunto no Congresso Nacional dos Jornalistas e, por unanimidade, abraçou a campanha. A Fenaj mandou um comunicado para a Embaixada da Argélia no Brasil e engrossou a Campanha Internacional orientando os sindicatos a desenvolver a mesma atividade”, afirmou Zocchi.
Segundo Paulo Zocchi, Hanune é uma pessoa pública, de militância democrática e socialista, que exerceu por quatro mandatos seguidos um cargo na Assembleia Nacional de seu país, equivalente ao Congresso Argelino, e foi três vezes candidata à presidência da Argélia. Para ele, a prisão e condenação da Hanune “é arbitrária e política, correspondendo a uma escalada autoritária e ditatorial do governo argelino”.
O deputado estadual e líder da oposição, Teonílio Barba (PT-SP), destacou que a campanha pela libertação de Hanune é uma luta internacional que se deu devido a “uma luta instalada na Argélia na tentativa de instalar um Estado Democrático de Direito e reagiram de maneira dura contra autoridades políticas que se contrapõe ao modelo do governo instalado naquele momento”.
Markus Sokol, membro da Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores e do Comitê Nacional do Diálogo e Ação Petista, reiterou que Luísa Hanune é uma fiel militante da causa social e das mulheres e teve uma ascensão política pouco comum em seu país. Segundo Sokol, desde fevereiro milhões de argelinos saem às ruas pedindo mudanças no regime político do país.
Já a secretária de Mulheres do PT paulista, Débora Pereira, criticou a imprensa brasileira que, eurocêntrica, não noticia informações da África. Segundo Pereira, “é importante entender essa situação porque ela tem muito que ver com as coisas que estão acontecendo no nosso país com uma escalada autoritária e a tentativa de dar uma legitimidade jurídica para um processo totalmente viciado e repleto de contradições”.
Pereira destacou ainda que Luísa Hanune liderou na Argélia um movimento de solidariedade pelo direito do ex-presidente Lula ser candidato e, por isso, retribui fazendo com que seu caso ganhe repercussão no Brasil.
A Campanha Internacional pela liberdade de Luísa Hanune já chegou a 92 países. No Brasil, a Campanha conta com a adesão de 900 organizações. Sokol pediu que os participantes que integrem a Campanha e subscrevam uma moção à embaixada brasileira na Argélia pedindo a libertação de Hanune.