O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) apoia a greve realizada pelos jornalistas do Grupo Calderaro de Comunicação, responsáveis pelos veículos A Crítica, o Portal A Crítica e Manaus Hoje, por falta de pagamento de salários, recolhimento do FGTS e pagamento de férias há dois meses.
A partir desta quinta-feira, 10, a categoria paralisou totalmente suas atividades, após a demissão de seis profissionais grevistas pela empresa, que tenta retaliar o movimento grevista e os trabalhadores. Desde segunda-feira (7), a categoria mantinha 30% do efetivo trabalhando, conforme acordado com a empresa e como determina a legislação, uma vez que a imprensa foi considerada atividade essencial durante a pandemia.
Entre outras medidas antissindicais adotadas, o Grupo Calderaro comunicou, já no segundo dia da greve, o fim do teletrabalho e requisitou a volta ao trabalho presencial na redação sob pena de atribuição de falta e desconto dos dias paralisados, ferindo a Lei de Greve, que veda as empresas de adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho.
Greve por Dignidade & Respeito
A iniciativa da greve partiu da categoria. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJPAM), que mantém o estado de Assembleia permanente por meio de um grupo de WhatsApp, devido a pandemia do novo coronavírus, comunicou a decisão de paralisação por tempo indeterminado na última sexta-feira (4).
Ao ser informada da greve, a empresa abriu negociações imediatas com o sindicato e solicitou a suspensão da greve até esta quinta-feira (10), quando apresentaria as informações de receita e despesa e construiria um calendário de pagamento. Em assembleia, no entanto, a categoria rejeitou a proposta e manteve a greve, que iniciou nesta segunda-feira (7). Em respeito à legislação, 70% da categoria estava paralisada e 30% era mantido trabalhando, uma vez que a imprensa foi considerada atividade essencial durante a pandemia.
Em carta aberta, os jornalistas pediram por respeito e valorização e relataram as condições de trabalho a que estão submetidos, inclusive relatando que acumulavam, no início de setembro, 4 meses de atraso nos pagamentos, incluindo férias. Segundo os profissionais, os atrasos de pagamento são constantes desde 2017.
O SJPAM, juntamente com o Sindicato dos Gráficos, ingressou no Ministério Público do Trabalho (MPT) para garantir que a verba relativa a publicidade da Prefeitura de Manaus seja bloqueada e destinada ao pagamento das verbas trabalhistas de jornalistas e gráficos. A empresa admitiu, nesta terça (8), ao órgão um passivo de R$ 2,5 milhões e concordou em direcionar o valor a ser recebido da Prefeitura para o pagamento dos trabalhadores.