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Rede LEQT repudia expurgo na biblioteca da Fundação Palmares

Rede LEQT repudia expurgo na biblioteca da Fundação Palmares

Reunindo um amplo espectro de organizações da sociedade civil atuantes no campo da promoção da leitura, da educação e da cultura, incluindo investidores sociais, organizações sociais, produtores editoriais, bibliotecários, autores e representantes do setor público, da academia, a Rede LEQT – Leitura e Escrita de Qualidade para Todos vem a público manifestar seu repúdio à decisão recentemente anunciada pelo presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, de excluir mais da metade dos livros e documentos integrantes do acervo da instituição.  Baseada em relatório da comissão que analisou os 9.565 títulos — entre livros, folhetos e catálogos —, a medida anunciada pretende retirar da biblioteca da instituição cerca de 5.300 títulos.

A supressão de referido acervo é evidência de censura ideológica, ferindo e contrariando a missão da Fundação Palmares de “promover, preservar e proteger os valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”, dificultando ainda mais o acesso a um acervo fundamental para a formação de leitores e leitoras a partir de uma perspectiva antirracista.

Conforme posicionamento anterior em repúdio à censura de livros, para a LEQT a “tentativa de censurar a livre circulação de tais obras é uma afronta direta ao Estado democrático de direito e ao princípio constitucional de livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Viola ainda o direito à educação e à cultura de crianças, adolescentes e jovens, contrariando o Estatuto da Criança e do Adolescente e os princípios constitucionais da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber que regem a educação nacional”.

Reconhecendo a necessidade de somar esforços para impedir tamanha ameaça, a Rede LEQT subscreve os posicionamentos públicos do Conselho de Biblioteconomia, da Febab (Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários e Instituições)  e da Coalizão Negra por Direitos, reiterando o repúdio à decisão da atual gestão da Fundação Palmares e o pedido para que o judiciário impeça a eliminação deste importante acervo bibliográfico.

Para a Rede LEQT, além de caracterizar dilapidação de patrimônio público, a medida anunciada caracteriza a instrumentalização ideológica de um órgão público e seu direcionamento na contramão dos objetivos para os quais foi criado, devendo o expurgo proposto ser considerado uma evidente ação de censura, incompatível com os valores democráticos e republicanos que devem pautar a gestão dos órgãos públicos deste país.  

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