Pouco antes de 1º de abril de 1964, o Brasil era um país que vivia um intenso debate em torno de reformas sociais, políticas e econômicas, que vinham sendo expressas por setores da sociedade civil, como sindicatos e as ligas camponesas, e também no interior do Estado. Mas no decorrer de algumas horas, o Brasil retrocedeu anos, e estava decretada a ditadura militar.
Como um dos personagens centrais vitimados por esse golpe, estava o presidente João Goulart, que apoiava as chamadas Reformas de Base. No dia 13 de março de 1964, Jango, como era conhecido, se comprometeu com decretos para a reforma agrária, por exemplo, além de outras mais. O comício realizado na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, reuniu cerca de 300 mil pessoas e foi transmitido ao vivo por rádio e TV para todo o país.
No dia 30 de março, Jango reitera esses compromissos em um discurso feito para militares no Automóvel Clube. Ele ainda contava com o apoio de parcelas do Exército — os mesmo que o haviam auxiliado na resistência à tentativa de golpe em 1961, quando Jango chega ao poder.
No entanto, esse apoio não foi suficiente para barrar o movimento de alas golpistas dos militares, insufladas por empresas, parte da imprensa e também pelo governo estadunidense (que queriam barrar a influência comunista na América Latina).
O Brasil de Fato produziu um infográfico que mostra os principais fatos que precederam o golpe, transcorrido entre os dias 31 de março e 1º de abril de 1964. Os acontecimentos que vieram depois daquelas horas ficaram conhecidos como um dos períodos mais repressivos da história recente do Brasil: a ditadura militar (1964-1985).
Trecho do filme Jango, de Silvio Tendler.