Os jornalistas da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC) estão realizando um abaixo-assinado pela internet solicitando à Associação Brasileira de Imprensa (ABI) que pressione a empresa a cumprir a sentença que determina a quitação dos pagamentos em atraso ou para que a RAC ao menos dialogue com seus trabalhadores e trabalhadoras. A iniciativa conta com apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP). Para assinar, clique aqui.
A greve por falta de pagamentos completoui 149 dias neste 13 de julho e, em julgamento no último 9 de maio, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT15-Campinas), por unanimidade, reconheceu que o movimento paredista é legítimo e garantiu a vitória dos jornalistas no processo judicial movido pelo SJSP.
A sentença determina que a RAC quite os débitos com os profissionais pagando os salários que estão em aberto desde fevereiro, o 13º de 2017, o adicional de um terço aos que saíram de férias nos últimos dois anos, o vale alimentação, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e contribuições previdenciárias, além dos dias parados durante a greve. Porém, quando terminou o prazo para quitação da dívida, em 24 de maio, a empresa solicitou embargos de declaração, instrumento jurídico no qual a rede pede esclarecimentos sobre a sentença, o que, na prática, é um meio do grupo de comunicação ganhar tempo e protelar os pagamentos.
Além do apoio por meio do abaixo-assinado, os jornalistas também contam com a colaboração da categoria depositando qualquer quantia no fundo de greve, que tem arrecadação destinada ao pagamento emergencial dos grevistas e com recursos administrados pelos próprios profissionais. Os dados da conta são os seguintes:
Caixa Econômica Federal
Agência 4070
Conta corrente 1143-3
(caso o depósito ou transferência seja entre contas da Caixa, o código da operação é 003)
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
CNPJ 62.584.230.0001-00
Outra forma de colaborar com o fundo de greve é com a doação de cesta básica diretamente na sede da Regional Campinas do SJSP, na Rua Dr. Quirino nº 1319, 9° andar, no centro campineiro.
Confira as informações, participe e compartilhe o abaixo-assinado em suas redes sociais:
“Nós, abaixo-assinados apoiamos a greve dos trabalhadores da Rede Anhanguera de Comunicação, que publica os jornais Correio Popular e Notícia Já, em Campinas/SP, e solicitamos que a Associação Brasileira de Imprensa nos auxilie nos termos do inciso III, artigo terceiro, de seu estatuto (mobilizar os profissionais da comunicação social na defesa de todos os seus direitos), no sentido de que a RAC cumpra suas obrigações trabalhistas, a legislação brasileira e sentença proferida pelo TRT15.
No último dia 9 de maio, acórdão nos autos de processo que tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, garantiu, aos trabalhadores, em greve desde o dia 14 de fevereiro, o não desconto dos dias parados, o pagamento de mais de três meses de salários atrasados, tíquetes-refeição, férias vencidas e não pagas, o 13º de 2017 e depósitos do FGTS (que não são feitos há quatro anos).
O prazo para que a RAC cumprisse a sentença acabou no dia 25 de maio, mas a empresa moveu um embargo para ganhar prazo. Enquanto isso, e mesmo após sentença, a empresa aplicou descontos em fevereiro (cujo pagamento começou em maio e ainda não acabou). Com a punição ilegal aos grevistas, posto que confronta sentença judicial (que teve unanimidade de votos dos desembargadores, favoráveis aos trabalhadores), a empresa tenta asfixiar economicamente um movimento legítimo, que recebeu manifestações de apoio de órgãos como a OAB, Câmara Municipal, sindicatos e entidades.
Assim, pelo bem do Jornalismo, que deve servir à justiça e ao bem comum, e contando com apoio dos trabalhadores e da sociedade civil organizada através deste abaixo-assinado, solicitamos que a ABI oriente a RAC a cumprir a lei ou, no mínimo, a conversar com esses trabalhadores que pedem tão somente o respeito aos seus direitos, histórica e legalmente consagrados, mas negados de forma intransigente, e agora ilegalmente pela empresa, em confronto direto à Justiça e à dignidade dos trabalhadores e seus familiares que dependem dos salários para sua sobrevivência.”