O sociólogo Benedito Domingos Mariano foi escolhido para assumir a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo pelos próximos dois anos. A nomeação foi publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (6/2). Benedito estava na lista tríplice do Condepe (Conselho Estadual dos Direitos Humanos) ao lado dos advogados Isabel Figueiredo e Willian Fernandes, que foi entregue ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que é quem faz a escolha final. A lista foi escolhida a partir da pré-candidatura de 4 pessoas.
O processo de eleição do novo ouvidor se arrastou além do previsto, já que, em novembro, deveria ter sido definido. O agora ex-ouvidor Julio Cesar das Neves ficou em uma espécie de “mandato tampão” e, à Ponte, chegou a dizer que a situação era desconfortável. Na ocasião, o governo enviou a seguinte nota oficial: “Está em análise pelo governo do Estado de São Paulo a lista tríplice apresentada para o cargo de Ouvidor da Polícia. Como determina o Decreto Nº 60.020/2013, enquanto não há decisão sobre nova nomeação, responderá pelo expediente do órgão seu último titular, até a conclusão do processo”.
Um dos fundadores do Movimento Nacional de Direitos Humanos e membro da coordenação do Plano Nacional de Segurança Pública do então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva – que venceria a primeira eleição -, Benedito foi o primeiro ouvidor da história das polícias de São Paulo, entre 1995 e 2000. No ano seguinte, assumiu o mesmo cargo dessa vez na prefeitura de São Paulo, onde permaneceu por um ano.
Com larga experiência na vida pública, tendo atuado em secretarias de administrações municipais, Benedito é crítico à taxa de letalidade da polícia, que ainda considera alta demais. “Tornar público os dados e monitorar os processos nas corregedorias é uma forma de contribuir para diminuir os índices de letalidade policial”, disse, em entrevista concedida à Ponte em setembro do ano passado. Além dessas propostas, Benedito defende retomar a prática de tornar público, a cada três meses, o Relatório de Prestação de Contas, não mais anualmente.
Benedito afirma que foi solicitado por algumas entidades da sociedade civil a ser postulante ao cargo e que, quando atuou como ouvidor pela primeira vez, mantinha relação cordial com o governador. “Na minha época, apesar dos conflitos inerentes da função, era boa a relação”, disse.