A nova diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e os integrantes da Comissão Nacional de Ética tomaram posse para o mandato 2022/2025, em solenidade virtual realizada na noite de quarta-feira (17/08). O evento, transmitido ao vivo pelas redes sociais da entidade, contou com a participação da presidenta da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Dominique Pradalié, e de convidados.
Participaram da solenidade: Marluce Zacariotti, presidenta da Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (ABEJ); Samuel Lima, presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores/as em Jornalismo (SBPJor); e Maria Esperidião, diretora Executiva da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Primeira a usar da palavra, Pradalié (à direita, no canto superior da imagem) felicitou a diretoria empossada e parabenizou a gestão anterior pelo trabalho realizado num momento de enorme dificuldade na sociedade brasileira, em razão da extrema-direita no poder e da pandemia. Destacou as ações de resistência e de preservação do Jornalismo realizadas pela FENAJ.
Liberdade para Assange e punição para os perpetradores de violência
A presidenta da FIJ destacou o trabalho urgente da entidade pela libertação de Julian Assange, que está sendo perseguido pela atuação como jornalista. Afirmou ser uma luta de toda a categoria, uma vez que a prisão de Assange e a perseguição que ele sofre são uma ameaça a todos os jornalistas do mundo. Também destacou a necessidade de solidariedade internacional a quatro jornalistas detidos e que podem ser levados à morte no Iêmen.
Pradalié destacou, ainda, que o objetivo principal da FIJ e de todas as entidades de jornalistas neste momento é fazer com que seja provado o texto que trata da impunidade de autoridades que cometem violência contra jornalistas, que está proposto para a Assembleia Nacional da ONU e cada país deve se pronunciar a favor de sua aprovação.
Resistência e avanços da gestão que encerrou
Em um discurso emocionado, a presidenta Maria José Braga fez um balanço da gestão, destacando os desafios e as conquistas dos seis anos em que esteve à frente da FENAJ. “Foram dois mandatos como presidenta em tempos muito difíceis, nos quais enfrentamos ataques à democracia, aos direitos trabalhistas, sociais, previdenciários – e enfrentamos um ataque ao sindicalismo, que se pretendia mortal. Mas resistimos, não sem perdas e danos. Mas resistimos e fomos além da resistência; avançamos!”, disse.
“Cada ação, cada projeto, cada evento, cada intervenção – de resistência e de avanço – somente foi possível pelo esforço coletivo dos diretores e das diretoras que se dedicaram à FENAJ”, completou a dirigente, que agradeceu à diretoria. Maria José destacou o desafio de lidar com a crise sanitária “inesperada e devastadora” e as pesquisas realizadas com a categoria, que subsidiaram os sindicatos em suas ações de reivindicação e de pressão junto às empresas empregadoras.
“Tivemos que lidar com a crise política provocada pelo crescimento da extrema direita e pela implementação de seu projeto protofascista. A destruição da imprensa, ou pelo menos sua descredibilização, fazem parte desse projeto e os ataques à categoria tornaram-se constantes”, afirmou Maria José. A essa escalada de violência, lembrou que a FENAJ agiu por meio da denúncia pública e de ações judiciais.
Organização para a defesa intransigente da categoria
Em seu discurso de posse, a presidenta da FENAJ, Samira de Castro, destacou as principais lutas dos jornalistas brasileiros a serem encaminhadas na nova gestão. Entre elas, o combate à precarização do trabalho, a aprovação da PEC do Diploma, a atualização da regulamentação profissional e a defesa do exercício livre e seguro do Jornalismo no país.
“As liberdades de imprensa e de expressão não são algo dado. São conceitos sempre em disputa na sociedade e é uma obrigação nossa defendê-las, não uma opção!”, disse a dirigente sindical, destacando a importância do fortalecimento das organizações representativas da categoria para o enfrentamento dos ataques à profissão e à democracia.