No dia em que atos em defesa do meio ambiente ocorrem em mais de 150 países, a CUT-SP divulga um manifesto cobrando maior engajamento do governo nas políticas de redução aos impactos ambientais, o que não vem ocorrendo atualmente.
O documento também pede para que o movimento sindical fortaleça em suas lutas a bandeira do combate às mudanças do clima, por entender que “os efeitos catastróficos das mudanças climáticas atingem em cheio a classe trabalhadora, já que a elevação nas temperaturas globais afetará mais as pessoas desfavorecidas e vulneráveis por meio da insegurança alimentar, de preços mais altos dos alimentos, da perda de trabalho, renda e de oportunidades de subsistência”.
O 20 de setembro tem sido um dia de paralisações e protestos em todo o mundo, que alertam sobre o aumento do desmatamento e queimadas nas florestas, o uso de agrotóxicos, aquecimento global e a falta de investimento e de fiscalização ambiental. No Brasil, a Greve Global pelo Clima também trará as bandeiras em defesa dos direitos trabalhistas, da aposentadoria e contra o desemprego.
A CUT São Paulo estará presente no ato desta sexta, na avenida Paulista, ao lado dos sindicatos e dos quase 70 movimentos que compõem a Coalizão pelo Clima. Além da capital, também haverá atos em Campinas, na Baixada Santista e outras cidades.
Confira, a seguir, a íntegra do manifesto:
MANIFESTO: O CLIMA NÃO ESTÁ BOM!
Para a Central Única dos Trabalhadores Estadual São Paulo (CUT-SP), um desenvolvimento realmente sustentável deve incluir o respeito à natureza e a democracia plena promotora de dignidade econômica, igualdade social e redutora de impactos ambientais. As relações socioambientais, que colocam o dinheiro acima da vida, precisam mudar para revertermos as ameaças à continuidade da vida na terra.
Neste sentido, o movimento sindical deve se engajar nas ações de informação e combate às mudanças climáticas, por entendermos que os efeitos catastróficos das mudanças climáticas atingem em cheio a classe trabalhadora, já que a elevação nas temperaturas globais afetará mais as pessoas desfavorecidas e vulneráveis por meio da insegurança alimentar, de preços mais altos dos alimentos, da perda de trabalho, renda e de oportunidades de subsistência: segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), as mudanças climáticas podem acabar com o equivalente a 80 milhões de empregos no mundo até 2030, principalmente em áreas como a construção civil e a agricultura.
Infelizmente, os ataques do atual governo – como “office-boy” dos interesses de grandes empresas capitalistas e de governos imperialistas – nos afastam das transformações que levariam a um mundo socialmente justo e ambientalmente correto: os ataques que queimam e derrubam a Amazônia vêm dos mesmos interesses que querem acabar com nosso direito à aposentadoria, via Reforma da Previdência; a devastação de Unidades de Conservação e de Terras Indígenas (matando física e culturalmente povos e comunidades tradicionais) vêm dos mesmos interesses que destroem a CLT, que desmontam o SUS e os direitos sociais; os ataques ao licenciamento ambiental e o desmonte do sistema de preservação ambiental vem dos mesmos que querem privatizar as empresas estatais e todo o nosso patrimônio nacional (inclusive a água), acabando com qualquer possibilidade de soberania nacional.
Por tais motivos, a CUT-SP se integrará à Greve Global pelo Clima: não há possibilidades de desenvolvimento econômico verdadeiro se os objetivos da economia não forem compatíveis com o bem-estar da sociedade como um todo, não há possibilidades de bem-estar social permanente sem se respeitar a capacidade finita de nosso planeta.
Direção CUT São Paulo