Categorias protestam contra reajuste zero e retirada de direitos pela direção da EBC
Os jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) cruzaram os braços nas praças de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Maranhão desde a zero hora da terça-feira (14) e, em assembleia na tarde do mesmo dia, aprovaram a continuidade da greve em protesto contra o reajuste de 0% e contra a retirada de direitos proposta pela direção da EBC.
A adesão à greve é ampla em todas as praças e, em São Paulo, chega à 90% segundo informação dos sindicatos das categorias. Em Campanha Salarial com data base em 1º de novembro, os profissionais reivindicam 4% de reajuste para repor a inflação do período e para recuperar perdas sofridas nos últimos dois anos.
Porém, após sete rodadas de negociação, a direção da empresa segue intransigente afirmando que não vai reajustar nenhum dos itens da pauta econômica e que vai retirar diversos direitos do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), tais como o Vale Cesta Alimentação (pago apenas nos meses de dezembro e junho), o Vale Cultura, a multa pelo descumprimento do ACT e, ainda, fim do quinquênio aos que ingressarem na EBC a partir de agora.
Por isso, na assembleia desta terça-feira, os radialistas e jornalistas decidiram que não há negociação enquanto a empresa insistir na retirada de direitos e exigem resposta imediata da direção da EBC quanto às reivindicações da pauta econômica da Campanha Salarial 2017-2018.
Outra questão é que os trabalhadores têm a informação de que os serviços prestados pela EBC à TV Nacional do Brasil (NBR) serão suspensos no Rio e, possivelmente, em São Paulo, com transferência de jornalistas e radialistas para Brasília. Diante do quadro, na assembleia também deliberaram que a posição a ser defendida junto à direção da empresa é de que nenhum profissional seja transferido contra sua vontade e de forma arbitrária e, ainda, que vão prestar o serviço desde seja respeitado o contrato entre a NBR e a EBC.
As categorias também denunciaram o assédio moral praticado pelo diretor de jornalismo Lourival Macedo, que ameaçou grevistas com a perda de direito à gratificação de desempenho (conhecida na empresa como GDAC).
Macedo foi indicado ao cargo por uma lista tríplice endossada pelos trabalhadores da EBC e a retirada do endosso foi aprovada na assembleia como resposta ao assédio protagonizado pelo diretor de jornalismo.
A greve continua nos próximos dias e, na quinta (16) e na sexta (17), com piquete a partir das 7h e assembleia às 13h, com programação de debates e atos na porta da empresa em todas as praças.
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Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Foto: Cadu Bazilevski/SJSP